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 Enfermaria

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Charles Francis Xavier
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Charles Francis Xavier


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MensagemAssunto: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeQua Jun 24, 2015 1:20 am

Enfermaria  Enfermaria-ham-mao03

Uma enfermaria com equipamentos suficientes para tratar com urgência e precisão. Há sempre uma enfermeira aqui(NPC[até que alguém se candidate pra ser enfermeira/enfermeiro]).


*Se quiser se candidatar ao cargo, basta editar sua ficha de personagem em "cargo" para "ansiando aprovação de enfermagem".
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Erik Magnus Lehnsherr

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeTer Ago 25, 2015 4:19 am

Com Pyro nos braços o corpo de Erik flutuou do chão coberto de estilhaços de vidro e peças metálicas para o andar da sala de cima, "Você vai ficar bem, minha criança", o coração de Magneto batia rápido como um cavalgar, a respiração ofegava enquanto com o magnetismo o polonês abriu a porta que fechava a sala de controle que já se encontrava um pouco derretido. Rapidamente Magneto correu pelos corredores e escadas, as luzes piscavam fortemente, aparelhos eletrônicos em geral certamente estavam falhando se Magnus passasse por perto de algum, o metal das janelas trincavam, de tempos em tempos Erik ajeitava os braços como se segurasse em suas mãos não só o futuro de seus planos mas o futuro da própria raça, um aliado de guerra, um irmão...um filho.

- ENFERMEIRA! ENFERMEIRA!

A voz de Erik ecoou pela enfermaria antes mesmo de que ele chegasse lá, infelizmente nenhuma voz ou ação foi lhe dada como resposta.
A sua frente haviam macas brancas com tubos de soro pendurados ao lado, e foi exatamente sobre uma dessas macas que Pyro foi deitado lentamente e cautelosamente.
Por detrás de Erik agulhas e bandejas começaram a flutuar, uma agulha veio até sua mão direita que segurou um tubo de soro logo ao lado e a plugou nele, em seguida a dirigiu até a veia localizada entre o braço e o anti-braço, uma fita adesiva foi posta logo em cima para impedir que a agulha se movesse, "Me desculpe por isso, talvez doa.", Erik falou ao corpo desacordado, os olhos de Pyro estavam com marcas escuros ao redor mostrando ainda mais sua desidratação, as queimaduras em sua pele e os lábios muito ressecados, ele precisava de mais que só um soro, Magnus então fez o mesmo procedimento no outro braço.

"Ei, você!O que você está fazendo?"~ Uma voz feminina se fez presente, era a enfermeira, estava provavelmente ocupada, mas para Erik isso não importava.

- O que você devia estar fazendo!~Erik franze o cenho enquanto segura outro tubo de soro.

"Mas você não pode fazer isso!"~ A enfermeira toca o ombro de Erik tentando o puxar para longe.

- Moça...~Erik contrai os dentes e a garganta controlando uma raiva que parecia surgir no meio daquela pressa desesperada~...eu fiz isso várias vezes antes mesmo de você ganhar esse seu jalequinho de merda.

"Você não pode falar assim comigo! Eu sou..."~ A frase não foi completada, com um balançar de mão para trás, Erik fez o corpo da enfermeira se chocar contra um armário metálico logo atrás dela, fazendo-a cair inconsciente.

- Porque vocês sempre querem nos dizer o que fazer? ~ Erik olha de relance para trás e logo volta a preparar mais um soro para aplicar novamente no braço de Pyro, eram no total quatro após mais um. A agulha de metal entrava da forma mais indolor possível com a ajuda do magnetismo, os soros deveriam hidratar John o bastante para que ao menos recobre a consciência.  

Com o tempo, uma dor se faz mais presente ainda no peito do polonês que ao encarar seu próprio corpo vê a pele rosada que cobre o tecido queimado de seu corpo, em seu anti-braço uma dor um tanto mais aguda aparece, algumas gotas do metal derretido tocaram sua pele e agora já mais sólidos se encontravam grudados a sim.
Num grito as gotas de metal presas a pele de Erik são despregadas levando um pouco de pele junto de si deixando que um pouco de sangue se mostre em seu braço.
Magneto puxa uma cadeira com o magnetismo e sentando nela apoia os cotovelos sobre a maca onde John se encontra e entre as mãos Erik apoia a testa suada com os cabelos grudados.

- Por favor...apenas...acorde!
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John|Robert Allerdyce

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeTer Ago 25, 2015 10:10 am

Num estrondo que fez a porta dupla de vai-e-vem bater cada uma contra as paredes, Robert adentrou à Enfermaria, não podendo deixar de notar a sensação imediatamente do frescor confortável e benéfico que o ar-condicionado dali proporcionava-lhe. A baixa temperatura ambiente o fez respirar profundamente, podendo sentir os pulmões abrirem e a sensação queimante neles desaparecer aos poucos, a fumaça adquirida sendo substituída por aquele ar fresco e gelado; ele nem se deu conta de quando seus pés o levaram logo para a locação onde o ar gelado artificial podia ser sentido com mais intensidade. Ele respirou mais profundamente ainda e...
E a respiração travou.
Ele encarou, bem à sua frente, a enfermeira desacordada, os círculos transparentes que eram seus olhos se arregalando diante da cena.

- Você... você fez isso com ela?- ele indagou, o rosto virando precisamente para um Erik de rosto escondido diante da maca onde Jhon ainda permanecia desfalecido.

Bobby foi rápido, não exitando em se aproximar mesmo que sua pergunta tenha ficado no ar. Ao chegar na maca, seu corpo completamente congelado voltou ao normal rapidamente, a camada de gelo se desfazendo desde o dedo mindinho do pé até o último fio de cabelo, deixando o uniforme que vestia também livre, embora apenas levemente úmido. Robert analisou a imagem do irmão desacordado e ambos seus braços espetados por diversas agulhas de soro. Seu cenho franziu, se perguntando se aquilo tudo era mesmo necessário. Diante do silêncio que se formou na sala,  da angústia e preocupação que só lhe tomavam cada vez mais, Bobby decidiu se aproximar um pouco mais do irmão mais novo. Estendeu a mão em direção a ele, e ela congelou completamente logo antes de apertá-lo com força no rosto.
Tssssssssss. Foi o chiado que se formou quando a ação aconteceu, em resultado de uma fumaça transparente que escapou do toque gelado com a pele extremamente quente.
E Jhon acordou num espasmo, numa respiração violenta, esbugalhando os olhos castanhos por um segundo, as costas arqueando sutilmente. Ele arfou uma, duas, três vezes, os olhos sem vida envoltos por anéis arroxeados e profundos gravados por cima da pele que, de um bronzeado sútil e corado, agora estava estampado a palidez mais extrema que podia alcançar. E então ele tossiu, freneticamente. Seu queixou encostou em seu peito, e ele fechou os olhos por um segundo, tentando controlar o acesso de tosse. Quando pareceu ter sido bem sucedido, as íris castanhas voltaram a serem visíveis, olhando, girando sob as orbe brancas assustadas, buscando compreensão, buscando entender o ambiente que se encontrava...
A primeira coisa que ele visualizou foi Bobby, e seus olhos se prenderam a ele, piscando fortemente.

- Jhon! Finalmente, Jhon, você acordou!- pode ouvir o irmão exclamar, embora a voz de Bobby não fosse nada além de um eco distante para seus ouvidos.- Meu Deus, cara, estávamos tão preocupados.

Mas a resposta da pergunta não veio imediatamente. Jhon fitou o irmão mais uma vez...
Ele mal via Robert. Só reconhecia os contornos de seu corpo e o cabelinho loiro espetado, e era isso. O rosto dele estava coberto por um borrão lilás e desfocado. O clarão do fogo, visto tão de próximo como havia sido por Pyro, havia praticamente queimado sua retina temporariamente, afinal...
Ele tentou umedecer os lábios, que estavam extremamente áridos e rachados, passando a língua por sobre eles, pensando que assim facilitaria mexê-los para que sua voz saísse, a seguir, mais clara... mas não havia sequer saliva em sua boca.

- Água...- um murmúrio saiu, sufocado.

- O quê?- Bobby se inclinou para tentar ouvir.- O que você disse?

- Eu disse que... eu preciso de água...

- Ah, sim!- Bobby se apressou em ir até o bebedouro automático e pequeno logo ao lado, em cima de uma das estantes da enfermaria, puxando um copo descartável na fileira dos maiores apresentados ali. Encheu-o com água, demorando alguns segundos para completar isso, e moldou duas pedras de gelo, as quais jogou dentro também. Voltou para perto da maca, estendeu-o para Jhon que, por sua vez, agarrou o copo do jeito que pôde - as mãos tremendo, mas ele conseguiu - e bebeu todo o conteúdo de uma vez, em goladas alucinadas, comprimindo os olhos com força como se fosse um animalzinho mamando, como se, mais um segundo sem aquilo e ele daria um troço - outro troço - ali mesmo.

- Você vai ficar bem, eu prometo.- Bobby disse, vendo o irmão afastar a borda do copo da boca e pousá-lo sobre o próprio peito.

- Promete?- seus lábios agora molhados e, por isso, adquirindo aos poucos uma cor levemente rosada, quiseram sorrir, mas durou apenas um segundo antes que ele voltasse a uma expressão neutra que a dor e mal-estar não o permitiam desfazer, semicerrando os olhos quase como se estivesse prestes a apagar novamente, mas isso não aconteceu.- Boa piada.

- Por quê sempre assim, Jhon?- Bobby bufou forte, mordendo o lábio inferior.- Se tivesse me chamado, se tivesse chamado o professor, poderíamos ter ajudado com os robôs. Mas por que você nunca cede? Por que você nunca pede ajuda, cara? Que droga...!  

- De todas as vezes que pedi...- a voz arfada soou, dentre suspiros, enquanto seus olhos abriam, enfrentando a claridade das luzes acima de si que fazia sua retina doer.- Você nunca esteve lá pra ajudar.

A voz de Bobby falhou como se um nó tivesse se formado em sua garganta, e ele apenas encarou o irmão debilitado, em silêncio, mantendo o cenho franzido e os lábios entreabertos, querendo poder decifrar o que se passava pela cabeça de Jhon ao dizer aquelas palavras.
Era tão fácil, mas impossível para Bobby saber.
Simplesmente a última coisa que Jhon pensara antes de cair desacordado. Toda a violência e humilhação misturadas, todas pelas que já teve que passar. Na rua, desolado, isolado, longe da família, longe do irmão covarde demais para se atrever a sair de casa, se escondendo na garagem e chorando pelo frio.
Pyro sempre fora a ovelha negra da família. Não porquê queria, mas porquê o fizeram assim. Ele nunca pode contar com o apoio do irmão, o qual, por algum tempo, julgou ser o único que poderia entendê-lo - o único mutante além dele próprio, o único irmão.
Mas não era bem assim... ele aprendeu isso da pior forma.
Sendo pisado sozinho na rua, como se fosse nada, sofrendo injustiça da própria família e recebendo como ajuda um Bobbyzinho calado que fingia não ver a violência que ocorria com o irmão mais novo...
A diferença, agora, é que Jhon estava enfraquecido demais para provocar qualquer outra explosão, e seus sentidos estavam lentos, de forma que ele apenas lamentava silenciosamente ter que lembrar aquilo tudo...

- Aprendi a nunca depender. Mesmo que isso signifique uma bola gigante me esmagando com seus espinhos.- ele completou, e Bobby sentiu como se um balde de água gelada fosse jogado em sua cabeça naquele momento - o gelado nunca pareceu tão desconfortável até então...
Um gosto amargo brotou em sua boca. Ele o decifrou rapidamente: arrependimento.
Gostaria de poder fazer o clichê: voltar no tempo e dar um soco em si mesmo antes que pudesse falar aquilo na Sala de Perigo para o irmão mais novo.
Mas até Bobby sabia que aquele arrependimento era momentâneo; talvez pela visão do irmão abarrotado naquela maca, num estado que nunca tinha o visto. Nenhuma emoção boa que sentia por Jhon e Jhon por ele durava muito tempo, afinal. Era essa a relação deles. Um imenso vai e vem de consequências e anulações. Como o fogo e o gelo devem ser. - Você disse o professor...?

O rosto de Jhon se moveu lentamente, girando suave pelo travesseiro da maca até virar-se para o outro lado, onde ele pode finalmente visualizar o homem que estava ali, parecendo tão abalado que sequer julgaria ser Magneto se o jovem não soubesse de sua identidade...
A visão atrapalhada por vários pontinhos verde e lilases foi completamente amaldiçoada mentalmente por Jhon quando ele fitou o professor...
Ele piscou os olhos mais forte, buscando mais foco, mais nitidez... havia um motivo para tal que ele não diria em voz alta, exatamente.
Mas, acima de tudo, preocupação. Era mais importante do quê Bobby, afinal. Magneto era. Queria tanto saber se o professor estava bem; fora ele quem o trouxera até a enfermaria?
Jhon não fazia ideia. Sua cabeça doía como nunca, e a inconsciência que durara minutos não o deixara qualquer rastro do quê poderia ter acontecido...
Até que ele sentiu - e notou - o pedaço rasgado do uniforme suado que o protegia como um cobertor...

- Robert...

- O que foi? Está sentindo algo?

- Você pode me trazer o meu... isqueiro?

- O quê?!- admirou-se Bobby, inclinando a cabeça para o lado, sem entender.

- Eu preciso dele. Deve estar lá... eu lembro de ter visto-o no chão antes de cair...

- Você tá brincando? Ora, Jhon, está um caos lá, a sala está toda destruída, seu isqueiro deve estar também.

- Droga, Bobby, eu vou ficar internado aqui por um bom tempo, pelo visto. Eu preciso dele.- ele frisou aquela última frase e, assim que Bobby entreabriu os lábios para falar, Jhon o interrompeu.- E não, eu não vou queimar nada... não agora...

Bobby tornou a fechar a boca, como se aquilo fosse o bastante. Não era, mas a visão de seu irmão naquele estado, aquilo sim, era.
Então ele suspirou, ainda não entendendo porquê estava obedecendo aquilo - mas era seu irmão mais novo, machucado, quase inconsciente - e o sentimento de culpa em Bobby falou mais alto, tanto que ele deu meia volta e pousou a mão brevemente sobre o ombro de Erik.

- Eu volto já, tudo bem? Ele é muito teimoso...- e, dito aquilo, Robert deixou a sala, ainda lançando um olhar temeroso à enfermeira ainda desacordada, mas logo seus passos sumiram corredor à fora.

Silêncio...

- Ei, eu... dormi muito...?- ele fez uma careta de dor ao tentar se sentar na maca e por isso apenas se ergueu o suficiente para ficar meio sentado, meio deitado. Seu rosto virado completamente para Erik, os olhos tentando se manter o máximo abertos possíveis para fitarem o professor.-... Me desculpe. Eu não queria nada disso, eu juro... minha cabeça explodiu. Foi muito além do quê eu queria...- ele engoliu em seco, temente a uma resposta provinda do homem que antes parecia tão abalado. Jhon sentiu-se extremamente - de alguma forma - culpado por aquilo, como se a visão do Grande Magneto de cabeça baixa o fizesse mais do quê triste - partisse seu coração de alguma forma.

Jhon estava prestes a falar algo a mais, mas sua voz desapareceu.
Os pontinhos em sua visão se tornavam, felizmente, cada vez menores, mas a visão que eles lhe proporcionaram não era de toda feliz...
Os ferimentos no braço de Erik, sangrentos, horrivelmente abertos em carne viva.
Jhon estendeu uma das mãos, sem se importar com a fisgada que as agulhas fizeram em seu braço. Ele segurou o pulso do mutante ao seu lado e o trouxe para perto de si, observando as feridas de perto. Seu rosto, a palidez adquirida brilhando com o suor que aos poucos se tornava frio naquele clima da sala, os olhos meio sem brilho, quase como uma vela semi-esgotada...  
As queimaduras em seu corpo deformavam brevemente a tatuagem que jazia em seu ombro, representando um tribal com traços fortes de preto. Para quem observasse bem, veria que aqueles traços formavam o belo rosto abstrato de um dragão.
Ilustração:

Estradas rosadas numa textura mais lisa e gelatinosa, quentes e suadas, demarcavam os rastros feridos pelo fogo em sua pele; haviam atingindo por cima da tatuagem, muito sutilmente, e indo em tiras até seu pescoço, mas ali fora bem mais suave, e havia apenas uma vermelhidão forte, nada além.
Acima de tudo, os ferimentos - até mesmo algumas pontas queimadas de seu cabelo - não pareciam incomodá-lo, embora as feridas estivessem ardendo freneticamente, além do imaginável.
Pyro não demonstrava dor em relação a elas. Ele estava concentrado demais nas de Magneto.
Marcas. Marcas do fogo.
Queimaduras.

- ... Foi você, não foi? Quem me trouxe até aqui... está doendo muito...?  
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Erik Magnus Lehnsherr

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeSáb Ago 29, 2015 5:38 am

Passos rápidos foram ouvidos vindos pelo corredor e só após alguns segundos os passos pararam, a porta foi aberta de forma rápida e um certo frio chegou levemente a tocar a pele maltratada de Magnus que não precisou olhar para saber quem era.
Um certo silêncio se fez na sala que como barulho tinha apenas as maquinarias e o ar que fortemente era soprado pelo ar-condicionado que era um alívio para qualquer um dos três que acabara de sair de um inferno.

- Sim. ~ Magnus respondeu levando o rosto pálido e desidratado encarando Bobby~ Ela queria me impedir, era isso ou deixar seu irmão morrer.

A resposta certamente não fora ouvida e se fora, não foi lhe dada muita atenção, o que era completamente entendível já que não para Robert como para Erik, John era o mais importante alí.
Assim que o mutante gelado voltou a sua posição inicial, o frio que antes havia tocado a pele de Erik foi embora, porém, ao estender o palmo Robert fez rapidamente sua mão se tornar transparentemente gélida. Os olhos de Erik acompanham atentamente todo o percurso da mão de Bobby como se perguntasse a si mesmo o que o jovem pretendia com a aquilo, e então a mão tocou o rosto que agora se mostrava além de desidratado, estava em alta temperatura, pois além das gotículas de água que se transformaram rapidamente em pequenas bolhas também se formou uma leve fumaça que logo subiu transparente seguida de um chiado.

- J-John...!

Os olhos azuis se arregalaram porém a voz de Erik saiu um tanto baixa, ele mesmo não esperava por isso mas a garganta ressecada e o receio de demonstrar tanto interesse além daquele que realmente demonstra a Pyro fizeram sua voz sair com dificuldade. A alegria e surpresa de ver o jovem que a pouco estava desacordado e completamente em estado deplorável agora simplesmente acordar como se tivesse voltado a vida não pode ser contida, as mãos de Magnus apertaram fortemente a colcha que estava sobre a maca de John, um sorriso discreto se fez nos lábios quase sem cor de Erik que olha rapidamente para Bobby como se dissesse "Deu certo, obrigado." ,as logo voltou a olhar o mutante de cabelos loiros.
O rosto mais pálido que o comum, talvez pela falta de água ou pelo susto que acabara de passar, encara Pyro e procura de alguma forma ser visto pelo jovem que apenas tossia fortemente, John olhou em volta porém não parece entender o que está havendo ou tampouco parece ver o que está a sua frente, tanto que quando finalmente pareceu estar enxergando algo, encarou apenas a figura do irmão.
Magnus apenas sentou-se novamente, suas pernas fraquejavam e a julgar que Bobby que acabara de acordar o irmão de um desmaio que parecia que iria durar muito merecia um momento com John, Erik resolveu permanecer sentado enquanto Pyro recobrava os sentidos e lá ficou até que a voz cansada e sufocada pela garganta seca saísse da boca do jovem pedindo por água, como num impulso Magnus se vira em direção ao bebedouro e rapidamente estende o braço direito que permanecesse assim até que percebe que a mão que apontava para o bebedouro e copos estava ali inutilmente, eram de plástico, chegava a ser cômico como Magneto era inútil com copos descartáveis assim como um telepata é com armas gigantes de metal.
Na frente do braço estendido sem sucesso, a figura de Bobby se projeta enquanto prepara um copo com água que logo seria entregue para John. Voltando a encostar o rosto contra as mãos, Erik pode ouvir os goles estalados e apressados de Pyro que certamente sofria muito pela ausência daquilo, inegavelmente aquilo fazia crescer em Magnus um sentimento de inveja enquanto engoliu seco a própria saliva. O silêncio deixado pelo tempo que John levou para tomar o copo com água foi rapidamente cortado pelo que parecia ser um desentendimento, típico desentendimento que não deu folga mesmo após tudo o que aconteceu antes no treinamento, Erik pensou em se levantar e dizer para Pyro não discutir, apenas para deixar isso de lado e repousar sem se forçar a falar desnecessariamente...mas não o fez, talvez aquilo fosse preciso, talvez fosse preciso ser dito e ouvido não só por parte dos irmão mas como também para Magnus, "De todas as vezes que pedi..." Aquilo não era apenas uma simples discussão familiar, John não era apenas um adolescente revoltado ou apenas mais um mutante oprimido, "Você nunca esteve lá pra ajudar. ", ele era, assim como Erik, um abandonado pelo mundo que o rodeava, eram palavras que soavam são solitárias, tão doloridas, algo que Magnus conhecia muito bem.
A dor e a solidão é uma péssima combinação, combinação que infelizmente estava presente na vida de ambos, Erik e John, para o professor era como olhar-se num espelho mas não se ver exatamente igual, e sim ver sua imagem anos mais jovem, abandonado, sem direcionamento, ansiando por um salvador...um salvador que no momento não poderia ser outro.
"Aprendi a nunca depender."
-"Nunca depender!"- A mente de Erik disse enquanto no rosto escondido pelas mãos surgiu um sorriso um tanto maior que o anterior e orgulhoso, porém ainda mais discreto.
E só então, depois da tal breve conversa não muito amigável, Pyro pareceu se dar conta de que não havia apenas ele e o irmão na sala climatizada, quase como num movimento ensaiado enquanto John virava o rosto Magnus se ergueu um tanto mesmo sem se levantar e tirou lentamente a mão do rosto, mostrando os cabelos desarrumados que se grudaram em sua testa e fixando o olhar nos olhos do jovem mutante que piscara forte talvez numa tentativa de reconhecer  o rosto do homem que estava sentado ali ao seu lado.
A voz do jovem que embora agora um pouco hidratado e acordado ainda permanecia num estado não muito bom se fez agora ainda mais presente após o silêncio que ele mesmo deixara ao encarar tão fortemente Erik, Pyro pede ao irmão que busque seu isqueiro na sala que acabaram de deixara para trás e praticamente destruída, mentalmente o polonês se pergunta o real motivo daquilo. Era um fato inegável que Pyro adorasse ter aquele pedaço metálico na mão mas o garoto acabara de acordar de algo que deveria ser traumático...era fácil de se pensar que a julgar pela demonstração que ele lhe dera em seu quarto um dia atrás, o que acontecera no treinamento seria apenas uma diversão forte demais para o jovem que desde que pôs os pés no instituto se mostrou ser amante do fogo.
Mesmo que Robert estivesse indo contra o pedido de John, o manipulador de fogo não voltou com sua palavra e continuou insistindo até que então, claramente discordando da tal necessidade do irmão enfermo, Bobby decidiu atender o pedido.
Robert demoraria um bocado na busca, afinal além da sala estar cheia de entulhos, o isqueiro de Pyro deve estar um tanto destruído. O toque no ombro de Magnus deixou a aceitação do pedido muito claro, acenando afirmativamente com a cabeça como resposta aos dizeres de Robert, Erik acompanha o jovem com os olhos e um semblante um tanto sério até que ele saia da sala e só então o par de olhos azuis voltam a olhar para John.

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John estava debilitado, muito debilitado, havia sido consumido pelo próprio poder mas no entanto não parecia que havia acabado de quase se matar, não demonstrava tanta preocupação preocupação, pelo menos não consigo...porém, era diferente para com o professor que ainda enfraquecido levantou-se e afastou uma das mãos para mais perto de John ao ver que o jovem se movera de forma que pudesse falar melhor com ele.

- Tente não se mover muito, você acabou de acordar, não quero ter de colocar mais uma dessas em você...~ Erik aponta para um agulha ligada á veia do braço direito de John~ ...você recebeu um tranco forte mas mesmo assim só ficou apagado por alguns minutos...Você assustou a mim e ao seu irmão, você poderia ter nos...Nenhum de nós queria isso, Pyro. ~ A mão recém movida de Erik agora segura no antebraço do rapaz, numa parte não atingida pelo fogo~ Mas agora está tudo bem, estamos todos vivos, não? Não precisamos falar disso agora.~ A visão de Magnus correu ainda mais o corpo quase descoberto de John, as queimaduras embora parecessem não causar incômodo ao jovem causavam uma certa culpa e preocupação no polonês que além de notar os tantos ferimentos pode notar uma tatuagem que embora queimada se mantinha perceptível e até então era desconhecida para o professor, porém antes que pudesse dizer algo além do que já havia dito a mão quente de John segurou seu braço há pouco flagelado e o levou para próximo de si. Mesmo que causasse um leve incômodo por estar doendo, Erik apenas ficou em silêncio enquanto o jovem lhe segurava pelo braço e só após ouvi-lo atentamente ele respondeu~ S-sim, dói bastante...mas você devia ter visto como ficaram os robôs, nenhum deles ficou de pé, eu acho que eles aprenderam a não se meter com você, hein?~ Um leve riso seguido de uma tosse e Erik empurra sem muita força o ombro de John~...E sim, eu trouxe você até aqui...quando você caiu após aquilo tudo eu...eu pensei que você tivesse morrido. Eu...eu estou muito feliz que esteja vivo!~ Num movimento rápido, Erik se inclina enlaçando seus braços por detrás das costas de John num abraço não muito forte por conta das queimaduras~ O que aconteceu no treinamento não é motivo para se desculpar, minha criança. Aquilo foi apenas uma amostra do que seu poder pode fazer quando elevado daquela forma. ~ afastando-se porém mantendo seu rosto frente ao de Pyro, Erik fala firmemente como se quisesse que o jovem lembra-se de suas palavras~ O você que fez foi incrível, Pyro! Nunca pense que usar seus poderes seja errado!~ afastando o rosto junto do corpo para a posição de origem~ Eu não sou tão pequeno, você não é tão pequeno como os outros que moram por aqui, Xavier lhe diria para nunca mais fazer isso denovo...mas eu lhe digo para fazer!~ O punho direito de Erik se fecha diante o rosto de John e então vira-se para a janela apontando para lá~ Pense em quantos daqueles humanos tremeriam ao ver o que você fez hoje, pense em quantos virariam pó se fizesse aquilo lá fora! ~ a mão de Erik volta e repousa sobre o ombro de Pyro, seu rosto agora se aproxima ainda mais~ Você é um diamante bruto, Pyro, só precisa ser lapidado e eu...eu posso fazer as ferramentas. Só há um problema, minha criança, eu temo pela sua segurança.~ Erik se distancia e caminha até o bebedouro sem parar os dizeres~ Eu vi como Bobby debochou de você, como tentou se mostrar melhor, e quando você caiu coberto por todas aquelas máquinas eu tentei tirá-las de cima de você jogando-as longe mas ele não, Robert estava ocupado demais tentando ser superior a você, mas eu e você sabemos que ele apenas pode tentar.~ Erik enche um copo vazio com água e então o leva até a maca entregando-o nas mãos de John~ Eu não sei o que teria acontecido se eu não estivesse com você quando caiu desacordado, se eu não tivesse lhe trazido a tempo. Pyro, eu quero que sempre se lembre que...~Magnus se senta na lateral da maca um pouco afastado da cintura de John~ Eu não sou Bobby, eu sempre estarei aqui quando chamar...mas aqui, neste lugar, nunca poderemos nos livrar desta máscara de falsa moral e bons comportamentos. Por isso quero que venha comigo para um lugar assim que melhorar, para que possamos viver junto dos que realmente são como nós, junto daqueles que não tem lar, quero que venha comigo para a Irmandade. É uma casa grande, não como essa, mas grande o bastante para abrigar nossos irmãos que se juntarem a nossa guerra, não há mais tempo a perder! Quando Charles souber do que ouve vai querer falar conosco e caso suspeite de algo vai ser como uma faísca em meio a pólvora, se Charles descobrir o que planejamos...~ Um barulho atrás de ambos, é a enfermeira que acabara de despertar, rapidamente após notar isso Erik estende a mão para trás fazendo a cabeça da moça se chocar contra o armário fazendo-a inconsciente novamente~...Irá tentar nos impedir, mas não controlará nossas mentes, ele usará um de seus cordeiros para tentar nos impedir de concluir nossos objetivos...e Pyro, quem você pensa que Charles mandará para lhe impedir? Eu o ouvi falando com Bobby recentemente por várias vezes, ele parece ser o queridinho de Xavier. Isso na verdade não é um problema, depois do que fez hoje Robert deve entender que não é muito inteligente se pôr contra você mas Charles é muito persuasivo e quando ele fizer o cabeça de gelo se voltar contra você quero que lembre de uma coisa...~Erik pega o primeiro copo entregue por Bobby a John, copo no qual se encontram nada além de dois cubos minúsculos de gelo já derretidos boiando em um pouco de água~ O que acontece...quando gelo é esquentado?

Magnus retira um dos pequenos cubos, ou melhor, o que restou deles e levemente passa sobre o braço queimado e tatuado de John, fazendo-o derreter ainda mais.

- Um dragão? Você fez um hoje, um realmente enorme e feito completamente de chamas, se essa não foi a primeira vez então já havia feito antes, então...foi por isso que o tatuou?
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John|Robert Allerdyce

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeQui Set 03, 2015 12:44 am

- Está tudo bem. A dor não é realmente um problema...- ele tentou dizer, baixando os olhos castanhos para divisar as agulhas em seu braço, as quais Erik acabara de indicar.- Nunca vi tantas em mim. Devo estar horrível, quase como um defunto, não é?

Queria se olhar no espelho, ver seu estado que tanto refletia preocupação em ambos os olhares azuis que havia encarado desde o segundo que acordara. Prestou atenção em alguns fios de cabelo que lhe caíam à testa, prova de que não estavam mais do jeito que John gostava de arrumá-los. A vantagem é que o momento não lhe dava a capacidade de notar algumas sutis pontinhas loiras queimadas aqui e ali. Teria que cortá-las fora depois.

- Desculpe...- ele pediu, de novo. Apesar do tempo de convivência de Magneto e Pyro, aquele tipo de palavra ainda era estranho quando saía de sua boca; acontece que o garoto não o dizia jamais para mais ninguém que não o homem ao seu lado, e era isso.

Parecia meio apreensivo, até que Erik declarara o fim sobre aquele assunto, o que fez John soltar um suspiro aliviado, quase como se um banho gelado sobre suas queimaduras, adormecendo-as. Agora ele só tentava adormecer as próprias memórias sobre aquele caos...
Memórias que, em seus olhos que encaravam o professor, tentava esconder qualquer rastro delas a todo custo; e, sinceramente, isso não foi difícil, levando em consideração que seu foco passou para um tanto mais abaixo do rosto e ombros de Erik, se concentrando em uma região nova para sua visão que pareceu agradá-lo mais do quê imediatamente, podendo mandar com gosto os pensamentos ruins para os ares.
Talvez pela surpresa daquilo, ele não foi capaz de exatamente rir, embora tenha se permitido um sorriso que não mostrava os dentes, mas tinha uma pitada de algo que Erik só poderia entender se recordasse a si mesmo memórias mais atrás, procurando a última vez que vivenciara um sorriso como aquele da parte de John.  
Porém, diante daquelas palavras, daquele abraço tão repentino, o garoto se fez estático, sem reação. O aconchego nas palavras de Erik e o calor completamente inofensivo de seus braços mantiveram um Pyro silencioso, que apenas aproveitou a intensa boa sensação que lhe invadiu, mantendo os olhos abertos, quase sem piscá-los, fitando nenhum ponto específico por cima do ombro de Erik enquanto seus lábios encostava sutilmente na pele do professor.
Foi inevitável que aquele contato tão sólido o trouxesse outro tipo de sensação que fez um calafrio percorrer sua espinha,  o que acabou com qualquer chance sua de conseguir retribuir o abraço, de tal forma que estavam acontecendo muitas mais coisas dentro de si do quê realmente ali.
Não havia melhor junção, de qualquer forma.
Para Jhon, aquele agora, durante aqueles poucos segundos, estava no lugar onde não queria sair nunca mais.
Quem alguma outra vez o envolveu - e o fez se envolver - daquela forma?
O encapuzado dos subúrbios fora o primeiro, ainda quando suas palavras alienaram Pyro a ponto de acolhê-lo como ninguém nunca realmente havia feito antes. Agora, mesmo sem o capuz, Magneto continuava fazendo o mesmo... mas senti-lo fisicamente dessa vez foi muito mais intenso do quê Jhon imaginava, como se uma lembrança vaga de algo pré-estabelecido, uma deixa não completada, há algum tempo atrás, entre quatro paredes, voltasse à tona naquele momento.
Porém, ele foi obrigado a sair do transe quando o abraço se desfez, mas mal teve tempo para alguma coisa, pois sua respiração falhou quando o rosto de Erik repentinamente estava tão perto de si agora. Mesmo quando o homem apontou para a janela, os olhos do adolescente simplesmente não se moveram. Se ele iria dizer algo, a tentativa foi completamente arruinada quando o rosto de Erik se tornou ainda mais próximo.
Mas Jhon forçou-se a dizer, a seguir:

- Me lapide, então. Sabe que esto pronto para receber qualquer coisa de você.- mas seu cenho franziu quando Erik se afastou, ouvindo seus dizeres.- Acha mesmo que... Bobby me deixaria lá?

Disfarçou, mais uma vez, as rachaduras dos lábios que teimaram em voltar, umedecendo-os.

-  Você sempre esteve lá quando precisei, diferente de todo o resto.- declarou, sem cerimônia.- Sempre esteve, mesmo quando ainda não sabia sobre mim. Eu irei com você.- emendou apressadamente na mesma frase.- O quanto mais cedo nos afastarmos de Xavier, melhor. Quando a briga entre nós e ele acontecer, não podemos estar em território inimigo. Você está certo.

Mesmo que dissesse aquilo e suas palavras parecessem tão certas, uma pergunta ainda ecoava insistentemente em sua cabeça: e quanto a Bobby?
Quando a guerra se formasse, e ele sabia que se formaria, assim como também sabia que Bobby jamais mudaria de lado, assim como ele mesmo também não.
E a batalha não seria apenas entre Magneto e Xavier; Mutantes e Humanos.
Seria gelo contra fogo, também.
Mas seu raciocínio foi interrompido quando notou a enfermeira retomar a consciência - foi só pelo barulho que ele notou que havia uma enfermeira jogada no chão ali - mas não se preocupou mais quando o professor a desmaiara de novo.
Mas a surpresa de verdade veio quando seu raciocínio anterior fora, agora, mostrado nas palavras de Erik, esclarecido e lapidado, como se além de magnetismo o outro também pudesse usar de telepatia, ao menos com Jhon, algumas vezes.
Mais uma vez, ele não teve exatamente palavras para responder. Só de pensar numa briga com Robert lhe fazia fraquejar os ombros, apenas porque ele sabia que daquela vez ninguém iria impedir os irmãos de se matarem, como se fossem duas crianças fora de controle. Quando a hora chegasse... John sabia que seria pra valer.  

- Ai...- ele grunhiu baixinho quando o gelo encostou em sua pele, fazendo gotículas de água escorrerem por seu braço, sofrendo um espasmo rápido que o fez encolher o corpo.

Quando aquele gelo deixado ali por Bobby simplesmente desapareceu em seu corpo, virando apenas uma corrida de gotas transparentes e líquidas em sua pele, então Jhon já tinha uma resposta.
"O que acontece quando um cubo de gelo quando ele é esquentado?"
Ele dói.
Mas é claro que Jhon não realmente formulou-a em palavras, julgando-a não ser realmente o que Magnus esperava - e ele não queria dizer nada do tipo, afinal. Resolveria isso consigo mesmo depois...
A sorte foi que a pergunta a seguir o fez se concentrar nesta, fitando o professor que estava ao seu lado na maca.

- Acertou. Eu tenho outras tatuagens... e todas elas representam algumas das coisas mais maravilhosas que já pude fazer com o fogo. Geralmente elas só aparecem quando eu, bem... surto daquele jeito. Você acertou... já fiquei maluco outras vezes.- aquilo soou engraçado, embora verídico, mas ele próprio não riu, apenas concentrando-se em abrir o zíper - ou o que sobrara deste - apenas puxando-o, de tal forma que se arrebentou facilmente, descolando-se praticamente da roupa. O tecido restante em seu tórax da roupa queimada e esburacada desapegou-se de seu corpo quando John o puxou para baixo, deixando que a parte superior do uniforme simplesmente caísse sobre seu colo, revelando regiões avermelhadas e marcadas pelos próprios detalhes da costura - nada que desfocasse a atenção para os sutis, porém bem definidos músculos que haviam ali.... e dos desenhos tatuados sobre eles.
Primeiramente, haviam letras enormes indo de um lado ao outro em seu peito, formando uma frase sútil que em seu efeito pincelado de tatuagem chegava a parecer que cada letra estava incendiando.

"It's Better to Burn Out Than to Fade Away"

- Essa é minha tropa de cavalos...- ele apontou para logo mais abaixo daquela frase tatuada em seu peito, mostrando caminho para uma logo abaixo do umbigo; seis cavalos bem detalhados, ferozes e valentes, moldados em tinta vermelha.- Você os viu ontem. São lindos, não são? Mas eu tenho uma que você ainda não viu.- comentou, e moveu cuidadosamente o outro braço - que não estava queimado - para mais à frente do corpo. Ali, o desenho perfeito de uma ave voraz e autônoma, com asas de fogo e um bico afiado, além de olhos penetrantes.

- É minha fênix.

Suspirou, com um pouquinho de dificuldade, contendo uma tosse repentina, se endireitando na maca.

- Há outras em outros lugares. A última que fiz está nas minhas costas, quase no quadril... é uma serpente.- seu tom de voz praticamente sussurrou aquela última palavra e alguns segundos de silêncio se fizeram logo a seguir, enquanto o jovem mutante apenas observava de baixo os olhos azuis de Erik.
Mas, logo, sua voz soou, mais baixa que o normal:

- Eu tenho que te perguntar uma coisa...- ele pigarreou, a palidez de sua pele aos poucos deixando de ser tão gritante quanto antes.- Hoje de manhã, enquanto seguíamos caminho para a Sala de Perigo, eu vi aqueles três. Os três garotos com quem eu briguei ontem. E eles quase molharam as calças quando me viram. Foi incrível vê-los daquela forma... acontece que eu não fiz nada para que isso acontecesse.

Seu rosto se aproximou do de Magneto, de tal forma que o garoto precisou endireitar e tornar reta o máximo de sua coluna para alcançar a mesma altura de Erik.
O professor até mesmo podia sentir a respiração do jovem bater ligeiramente contra seu rosto, agora.
E então, apenas um sudsussurro, numa pergunta simples.

- Foi você...?

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Erik Magnus Lehnsherr

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeSáb Set 05, 2015 10:29 pm

"A dor não é realmente um problema..."
Era frio, muito frio, e tudo o que Erik podia sentir eram as mãos também gélidas de sua mãe, mãos que lhe seguravam de modo que tentava mantê-lo o mais aquecido possível contra seu peito, mesmo que de uma forma quase inútil.
O porão da casa estava sendo dividido por sua família e pelos ratos que também ali habitavam, fedia, mas algo além de todos os insistentes problemas fazia Magnus gemer.
Seu tornozelo havia torcido na pressa de se esconderem dos soldados que rondavam o bairro, estava inchado e a dor era lancinante atormentava o pobre polonês que pedia quase ofegante para que sua mãe fizesse a dor parar mas ela não o fez, seria muito fácil fazer a dor parar, é uma saída rápida e sem tantos riscos e o que você aprende fazendo a dor parar? Aprende apenas a ser dependente do que a fez sumir.
Sua mãe olhou fundo em seus olhos poucos minutos antes de os soldados entrarem arrombando o porão, ela segurou seu rosto pálido e trêmulo...
"A dor não é realmente um problema..."
Viva com ela ou morra com ela, não há opção, a dor é constante e Pyro ja havia aprendido essa lição. O jovem que agora se encontra num estado, melhor, porém ainda deplorável após uma literal incineração de tudo a sua volta, já estava acostumado com a dor, especificamente com o queimar de sua pele, era quase como...poderia ser isso? Talvez, As insistentes desculpas vindas da boca ressecada deixavam claro o quanto suas dores eram irrelevantes perante a preocupação de como Erik estaria o vendo.
As desculpas fariam sentido caso John houvesse falhado em seu treinamento, mas não, não havia falhado. Pyro se mostrou ser mais destrutivo do que parecia ser, tão mortal á ponto de se mostrar uma real ameça ao próprio Magneto, mas isso era algo que Erik não diria, não diria por saber que isso traria um receio em Pyro...surtar novamente e por que se caso John resolvesse usar seus poderes contra Magnus, ele não poderia saber que já teve vantagem.
O mutante loiro alí, deitado a sua frente é praticamente imparável...a não ser por simples, ou nem tanto, razões familiares e pessoais. O único erro de John foi de ter deixado Bobby intacto...mas sem Bobby Erik teria saído vivo? Isso não importa, afinal, se Bobby soubesse quem Erik é, teria o salvado?
Se sim, pobre daquele cordeiro de Xavier pois Magneto teria o esmagado como uma formiga sem pensar duas vezes, transformando-o em estilhaços de gelos que facilmente teriam uma coloração mais avermelhada...porém, Magnus não seria injusto, Robert o salvou de algo que poderia comprometer não só sua vida mas todos os planos que tinha para o futuro, Magneto não esqueceria disso, então a única coisa que poderia ser feita quanto a Bobby era esperar, esperar que essa dívida se prolongue por muito tempo, muito tempo, pois quando ambos- Magneto e Homem de gelo- ficarem quites, não haverá porquê não impedi-lo de vez.
O rápido abraço, embora intenso, não fora algo premeditado e pensado como o pequeno falatório sobre o irmão de John, assim como não fora planejado que seus rostos ficassem tão próximos, assim como não foi planejado que uma memória voltasse a mente de Erik como algo que deveria ter terminado diferente...de uma maneira menos repentina e mais estendida.
A voz de John, que embora a situação que se encontrava permanecia consciente de tudo que o envolvia, quase tudo, soara audível para Erik embora nada houvesse dito em relação a elas, seu discurso "Motivacional" era algo importante para aquele momento e novamente a ansiedade e pressa motivados por um desejo incessante fizeram Magnus pôr a carroça na frente dos cavalos. Mas não poderia ser sempre assim, a cada conversa ficava claro a importância que ele própria tinha para com o jovem mutante, não havia mais tempo para falhas, a guerra não havia começado ainda mas não teria como saber até quando permaneceria assim.
Ali, sentado ao lado do jovem, Erik apenas deu chance para que ele falasse, não era exatamente a hora certa para se falar daquilo, da guerra, embora o aviso já houvesse sido feito.

- O que você fez, no seu quarto, o jeito como transformou o fogo em figuras praticamente vivas e o que fez no treinamento, embora quase nos matando...~ Um leve sorriso se fez nessas palavras, como se para aliviar a tensão~...foi incrível! Maluco? Você já viu um homem louco, Pyro? É lamentável, perde a consciência do que faz, perde o controle e se torna um simples fardo a se ter por perto, você não estava "maluco", Minha criança...Você encontrou a sanidade, a plenitude em seu poder, você deixou isso sair e veja tudo o que você fez, você destruiu uma sala que deveria suportar tudo, não existem obstáculos que você não pode ultrapassar...se deixar seu real poder sair.~ Poder, isso era algo mais físico do que abstrato para John que conseguiu transformar fogo em um ser animalesco, mas como ele disse, não havia sido a primeira vez e julgar pela tatuagem do dragão, mesmo queimada, em seu braço ficou claro de que o dragão visto no treinamento era uma das coisas maravilhosas~ Eu percebi a relação, o dragão já foi um símbolo de medo e terror mesmo que ninguém nunca houvesse visto-o, você é capaz de mudar esse fato.~ Erik observa ainda a tatuagem marcada no meio da pele maltratada pelo fogo e não se dá conta dos movimentos de Pyro.~ Então, John...~A voz de Erik some ao perceber que o jovem tirara a parte de cima, queimada, do uniforme mostrando seu tórax nu.~ ...Eles são lindos...~ Os olhos azuis de Magnus percorreram o tronco marcado pelo incidente como se estivesse mapeando tudo e só parou ao ouvir a voz de John~...Oh, Os cavalos...~ Só então Erik pode realmente focar nos desenhos feitos sobre a pele de Pyro~ Eu concordo...com o que está escrito. ~ A mão direita de Magnus se dirige até tórax de John e com o indicador ele percorre lentamente todo o traçado preto da frase como se estivesse a escrevendo e então, repousando a mão sobre seu peito, seus olhos se prenderam nos cavalos, seis no total, logo abaixo do umbigo~ As vezes é melhor consumar tudo ao invés de ser consumado lentamente, qual a utilidade de viver como uma fumaça se pode morrer como o fogo?

A mão que descansava sobre o tórax do jovem inicia um movimento de descida em direção a tatuagem avermelhada mas logo para e a mão de Erik se afasta do corpo do jovem, ele estaria provocando-o? Nem ele mesmo sabia. Sua única certeza é que Pyro assim como o fogo, precisa de uma incitação para começar a queimar e Magneto sabia exatamente como fazer isso.
O dragão, os cavalos, A fênix, símbolos de medo e destruição, poder e incontrolabilidade, Fogo e renascimento...Pyro tinha sido consumido pelas chamas e se tornado cinzas, Erik sabe que algo maior e mais forte renasceria delas...só não sabe quando. Magnus teve de se inclinar para ouvir melhor o que o jovem sussurrara. Num sorriso um tanto sem graça ele abaixa o rosto olhando para o quadril de Pyro, para a lateral, era o máximo que poderia ver já que o garoto estava deitado na maca."Serpentes?", Erik perguntou em um tom baixo como um sussurro também mas logo uma leve risada se faz presente e ao levantar a cabeça os olhos azuis encaram, ainda que de forma um tanto inclinada, os olhos castanhos de Pyro mas antes que pudesse dizer algo, o jovem dá continuidade.

- Você pode perguntar o que quiser...~ John deu continuidade deixando claro que havia notado que algo havia sido feito aos tais três garotos e não fora ele quem o fizera, Erik se preparou para negar aquilo, mesmo que fosse Pyro quem soubesse, seria perigoso se de alguma forma alguém soubesse...mas esse pensamento se desfez na mesma proporção que o rosto do jovem se aproximava do seu, o cheiro do cabelo levemente queimado nas pontas podia ser sentido assim como o cheiro queimado das roupas, acima de tudo a respiração de Pyro tocava a pele suada de Magnus como uma brisa e sua voz saiu sussurrada num simples~ Sim, fui eu.~ Os lábios de Erik se moveram de forma forte e rápida e apesar do sussurro, a sua respiração poderia ser facilmente sentida~ Algo precisava ser feito, eles deveriam ser nossos irmão e não se igualarem aos primatas sem pelos que nos encurralam nas ruas...Na verdade Magneto fez...sim, este lugar tem nos dividido em dois, Pyro. Dividido-nos entre o que somos e o que temos de parecer ser. Eu tinha que fazer algo, nós somos todos irmãos mas você, John, é mais que isso.~ O par de olhos azuis se aprofundaram nos olhos de Pyro de uma maneira ainda mais forte. Talvez John acabasse entendo aquilo de outra forma, mas mesmo assim, Magnus não estava mentindo. Seus olhos então seguiram de volta para as tatuagens que estampavam o tronco de Pyro.~ Essa é uma ótima forma de manter eterna a lembrança do que você é capaz de fazer com o fogo, das maravilhas que você é capaz de fazer...~ Magnus estava sem nu da cintura para cima, assim como John e pode reparar em si, levemente segurou o próprio braço, logo acima dos números tatuados anos atrás por nazistas no campo onde ficou aprisionado.

Enfermaria  JBg3Te0

-...as minhas apenas servem para me lembrar do que foram capaz de fazer comigo...~ Magnus retira a mão de cima dos números pretos feitos de forma bruta, tornando visíveis para o garoto mas logo o braço se vira e com a mão segura o ante-braço de Pyro~ Mas isso não é importante agora, Eu irei lapidá-lo, minha criança!~ Mesmo mudando a direção dos olhares, Erik não retirou o rosto da distância tão pequena criada por Pyro~ A era de ser deixado de lado passou, Pyro, Uma nova era está surgindo, o tempo de se esconder se passou e infelizmente seu irmão e Xavier permanecem nela...eles não podem nos abandonar, por que eles já fizeram isso!~ Os olhos azuis de Erik se aproximam mais junto ao seu rosto, e a mão que segura o ante-braço de Pyro aperta mais forte o local.~ Eu encontrei uma casa, para você, para a Irmandade, Eu lhe deixarei mais forte, Farei de você um deus sobre todos esses primatas e quando puder controlar seu poder totalmente faltará espaço em seu corpo para todas as maravilhas que poderá fazer! Enquanto as marcas que fizeram em nós, você me ajudará a deixar marcas mais fortes e eternas nesta podre humanidade!~ Um silêncio foi deixado por Erik, porém, não durou muito.~ Mas antes, tem algo que ainda estou em dúvida...~ Magneto lembrou de todas as cenas que já havia presenciado de Pyro e o fogo, Pyro e a dor. Seu dedo queimando, suas mãos machucadas, o corte em seu lábio...as queimaduras do treinamento, tudo parecia simplesmente irrelevante, a mão que antes segurava o ante-braço do jovem agora sobe exatamente para a área queimada próxima ao dragão tatuado a apertando fortemente enquanto encara o garoto~ Você realmente gosta da dor?
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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeQui Set 10, 2015 2:43 am

Erik pode claramente sentir o adolescente estremecer por debaixo de seu toque - não na hora do abraço, mas durante a exploração da tatuagem em seu peito. O contorno que Magnus fazia sobre as letras provocaram uma sensação intensa quando um calafrio atingiu sua espinha, gelando-a por alguns segundos mesmo que seu corpo ao exterior estivesse absurdamente quente.
John não teve como esconder aquilo. Talvez nem quisesse, porque seus olhos mantiveram-se fixos num caminho intercalado entre a mão do professor e os olhos azuis observadores, como se esperassem algum tipo de reação quando fosse capaz de ver algo além das tatuagens ali.
Algo sobre dois pontos cor-de-rosa logo abaixo das letras, que se mostravam, de alguma forma, cada vez mais notáveis.

- Isso...- aquilo foi um sussurro, enquanto suas pupilas escuras lentamente escorriam do punho de Erik recém parado em seu peito para os olhos azuis do mesmo, e John passou a encará-lo de baixo.- Se é pra queimar, queime pra valer. - por algum motivo, aquilo pareceu mais um aviso do quê uma explicação, mas John não se prolongou no assunto, prestando atenção no que Erik fez a seguir, escorregando a mão mais para baixo, e então mais baixo ainda.
Por um segundo, os olhos do jovem se arregalaram...
Se o professor realmente se perguntava no mais profundo de sua mente se aquilo era algum tipo de incitação para o incêndio ambulante que era John, ele teve a resposta logo a seguir, quando os dois pontos rosados em seu peito tiveram destaque em particular depois que uma sensação de formigamento os atingiu em cheio; como num reflexo a isso, ainda mais firmando a resposta da pergunta não formulada que fez Magnus querer afastar a mão do corpo de Pyro, o loiro a segurou ali, forçando-a a ficar, pressionando os dedos de Erik sobre a bela tropa de cavalos...

- Eu sabia. Sabia que tinha sido você, Magneto.- ele declarou, a proximidade tremenda dos rostos fazendo possível que Erik sentisse a expiração dele naquelas palavras, ao mesmo tempo que o garoto apertava suavemente a mão do professor contra sua cintura, de uma forma que as duas respirações se misturaram entre o espaço mínimo que repartia o rosto de cada um.- Isso foi... gentil. Poucas pessoas já fizeram algo desse tipo por mim alguma vez na vida...  

"Mais do quê irmãos"?
Era isso. Ele não precisava de mais deixas, brechas, segundo sentidos. John poderia ter entendido aquilo de uma forma bem diferente da de Erik... mas ele preferia arriscar que não.
E, se estivesse errado, ao menos ele já teria uma desculpa pronta.
Embora soubesse que, para o que pretendia, não pediria nenhum perdão por simplesmente não se arrepender.
Ele umedeceu os lábios, mas a imagem do braço tatuado que Erik estava mostrando a seguir o fez focar toda a atenção naqueles números.

- A guerra. Eu lembro, você me disse.- um silêncio se fez, apenas para que John mordesse o lábio inferior, tentando buscar as palavras certas. Ele quase nunca fazia isso, esse tipo de seleção, ou mesmo sentia essa preocupação a respeito. Mas existia uma diferença entre o John para o mundo lá fora e o Pyro para Magneto.- Por que você não remove?- ele ergueu brevemente o queixo, arqueando ambas as sobrancelhas no processo como se já tivesse avistado a resposta para sua própria indagação.- Porque não te deixa dormir. E é bom por isso, porque você pode fazer muitas coisas na madrugada. Movido por isso...

E então, foi a vez dele de, com a mão livre, a que não segurava o pulso de Erik contra sua cintura, escorregar os dedos sobre os números tatuados no outro braço de Magnus, os olhos castanhos fixos sobre a tatuagem mostrada.

- Movido pela raiva. Isso te faz forte, não é?- ele abriu um sorrisinho suave demais, que não tinha lá muito de feliz - mas tinha de compreensivo - até mesmo nostálgico.- Engraçado... é a mesma coisa que me faz forte também. - seus olhos se ergueram mais uma vez, encarando Erik de baixo.- Raiva. É a chave pra isso tudo.- ele apontou para si mesmo, volvendo o indicador metodicamente como se resumisse todo seu corpo; ou melhor, todas as suas tatuagens.
Mas aí, os olhos dele baixaram, sutilmente, e fitaram intensamente uma região mais rosada e fina em dois únicos traçados retos logo acima do queixo do professor...
Seu cenho franziu.

- Ao menos eu acho que seja só isso...- aquilo foi um sussurro. Claro e simples. Ele não formulou exatamente aquelas palavras. Elas simplesmente saíram.

Foi uma surpresa quando a aproximação de ambos, já tão alta, se tornou definitivamente mais evidente quando aquela cena se desenrolou; ambos os pares de mão se segurando, tocando um ao outro. Quando o aperto se fez em seu antebraço, John não se incomodou, mesmo com o ardor que veio em si pela vermelhidão que aquela região estava guardando devido à quentura exposta anteriormente quando ainda estava dentro do uniforme.
O estranho era que, nem pelo ambiente frio da enfermaria, o rubor intenso de onde o calor tinha atingido mais fortemente, não havia sumido de sua pele, afinal...
Mas o jovem não estava realmente preocupado com isso. As palavras de Erik doeram, num tipo de tortura que não lhe era prazerosa: a tortura psicológica.
De qualquer forma, julgou que ele tinha razão.
Desde sempre, afinal... desde sempre, John sempre fora deixado por Bobby.
Na verdade, naquele momento, diante de Magneto, Pyro sequer lembrava-se de alguma vez em que o irmão mais velho sequer o acolhera.  

- Uma casa? Isso é incrível. Eu irei com você, estou pronto pra deixar isso tudo pra trás. São só estorvos... esse Instituto é um. E Robert também. Ele... ele não fez isso por mim, sabe? Nada do que você fez por mim até hoje. Ele apenas me mandou ficar quieto. Estou cheio de pessoas que me mandam ficar quieto.  - ele soltou um suspiro pesado, que foi claramente bater contra o rosto de Erik num hálito sútil de pasta de dente de menta.- O que você fez, sobre os garotos... eu só... só estava pensando em como eu poderia te agradecer por isso...

Lentamente, seu rosto se aproximou um pouco mais. Vagarosamente, os olhos escuros dele cerraram-se. As respirações brigaram por espaço ao se encontrarem, colidindo em ambos os rostos, e não demorou, no mesmo ato, para que os narizes se tocassem. John estava pronto, mais do quê pronto; ele ansiava isso há muito, muito tempo. Ele umedeceu os lábios com a língua rapidamente, inclinou o rosto para o lado, apenas para encaixá-lo melhor no outro que estava à sua frente e...
Uma dor infinda lhe atingiu no braço ferido pelas queimaduras, apertando a pele em carne viva de tal forma que o fez se afastar para trás como se a aproximação tivesse lhe dado um choque - ou melhor, como se um imã ultra-forte o tivesse repelido para trás, empurrando-o sem dó.
O pouco que se ergueu nos joelhos para alcançar o rosto de Erik, ele voltou de uma vez, sentando-se novamente na maca, deixando escapar um grunhido baixinho e cerrando os dentes com força.
Claramente atordoado, ele olhou do palmo de Erik em seu braço para seu rosto, como se tentasse decifrar o porquê daquilo, até que a pergunta veio.

- Na maioria das vezes, sim.- aquilo até soou meio sarcástico - um pouco demais, talvez.- A dor é o que me faz ter raiva. E, como eu disse, a raiva me deixa forte. Eu gosto de sentir dor. Ela foi minha única amiga por anos... é uma mistura de poder. É como minha gasolina. Fisicamente falando, eu acho que eu sou meio sado.

Ele sorriu, meio trocista em consequência da fala anterior.
Suavemente, seu ombro ferido moveu-se, apenas para que ele pudesse abraçar a si mesmo, encostando aquela mão no ombro oposto, o da fênix. Quando o cotovelo dobrou-se na frente de seu peito e o dragão ficou logo abaixo de seu queixo, Pyro inclinou o rosto o suficiente para que pudesse escorregar lentamente a língua sobre as queimaduras em carne viva...
A seguir, seus olhos desceram, mas foram para um ponto específico. A mão de Erik, que antes havia o tocado, deveria agora estar tão ardente e vermelha como se tivesse encostado em um ferro quente.

- Você não gosta da dor...?
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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeDom Set 27, 2015 10:35 pm

Os mais velhos costumavam acreditar e dizer que o futura nada mais é do que uma insistente e pertinente repetição de um passado distante, poderia ter sido o passado assim tão caótico e ao mesmo tempo tão camuflado de paz?
Erik nunca chegou a ser religioso tanto quanto seus pais mesmo que estivesse envolto de religiosos árduos todo santo dia. Ele ouvia seus pais rezarem logo cedo de manhã e era isso que o acordava, era a primeira coisa que ouvia ao acordar e a última que ouvia antes de dormir.
Orações.
Pedidos.
O salvador deles já havia vindo á terra, ele já existia, assim como os de tantos outros, então porque continuavam suplicando por ele? Erik uma vez perguntara isso a sua mãe e a resposta não lhe foi convincente, sua mãe havia dito que era algo que se fazia quando se muito queria algo, se fechava os olhos e rezava para que esse desejo se realizasse de alguma forma. Magnus não conseguia aceitar aquilo, era fácil demais apenas rezar, nada poderia ser conseguido sem um trabalho árduo. E esse trabalho árduo foi tudo o que restou para Erik quando os cães nazistas o pegaram, um trabalho árduo que não lhe fazia o menor sentido.
E foi quando a mente de Erik deu um nó e nada parecia ter um resposta clara, as malditas variáveis filosóficas sempre apareciam e até os malditos demônios alemães faziam o mesmo...eles rezavam, da mesma forma, juntando as mãos que há pouco colocavam gá numa câmara de morte e rezavam calmamente.
Dúvidas sempre foram comuns mas em certas noites enquanto Erik riscava a parte debaixo da cama pequena que se encontrava logo acima dele como numa beliche, elas faziam sua mente doer. Eram muitas respostas para uma apenas pergunta...por que continuam suplicando?
Confinado no que parecia um matadouro disfarçado, não sobrava muito para o pequeno Erik fazer em suas poucas horas vagas, seja quando estava de noite ou quando chovia muito, o que ele poderia fazer? O que todos os outros faziam.
Suplicar.
Ele rezou, por dias e noites, horas e horas seguidas mas o seu salvador parecia não ouvir e se ouvia, estava lá onde deve morar, se importando demais com os seus e esquecendo dos que ele deveria cuidar. Erik não sentia raiva, pelo contrário, era fascinante como sendo Deus algo bom, as pessoas pedirem e ao mesmo tempo temerem a ele, e só então, sendo aquele livro que cada vez mais parecia sem sentido ele pode entender. Eles ainda suplicam pois adoram um ser que não é um deles, que nem ao menos pode ser dito da mesma espécie,"por isso suplicam, porque são inferiores!"
Aqueles pensamentos ecoavam pela mente conturbada e assustada da pobre criança que cedo demais teve de buscar entender um mal que nunca poderia ser entendido, aqueles pensamentos lhe trouxeram um conforto, conforto por saber que se um dia um salvador viesse para seu povo...Ele haveria de ser da sua mesma espécie.
"Se é pra queimar, queime pra valer."
Por que aquelas palavras soaram tão sábias?
Bem, aquela era apenas uma pergunta minúscula perto da dúvida que surgia em sua mente, afinal, Erik não sabia discernir o que seus claros e azuis olhos viram segundos após de notar que suas mãos não eram as únicas que se moviam. O polonês não saberia dizer, se perguntado, o que lhe deixara mais atento, se fora a mão repentina de Pyro que rapidamente ao perceber o afastamento da sua fez questão de a prendê-la sobre a região coberta pelos cavalos fazendo Erik estender os dedos até mais abaixo do umbigo ou os pontos rosados específicos que se tornavam tão mais destacados que pareciam se insinuar.
Poderia ter sido por conta da mudança de temperatura, do calor da Sala de Perigo para o ar gelado da enfermaria? Era muito inocente de se pensar e mesmo que fosse essa uma possibilidade Magnus saberia logo que o motivo não era relacionado a algo frio.
Algo estranho surpreendeu Erik, o que ele pensara sobre incitar Pyro como o fogo se mostrou verdade mas, poderia aquilo, a tal incitação ter uma força de reação tão inesperada? Como se o feitiço se voltasse contra o feiticeiro as palavras de Pyro se mostraram não só sábias como familiares e diante uma lembrança de um jovem judeu rebelde Magnus sentiu um arrepio subir suas costas e se estender até sua mão fazendo-a sentir na pele do mutante loiro leves e mínimas correntes elétricas.
Deitado naquela maca não havia apenas o rebelde e incontrolável John allerdyce, não havia apenas chamas quentes, mas havia o frio do aço, havia Erik Lehnsherr.
Por um tempo quase inexistente, a mão de Magneto foi contra a de Pyro porém repousando o punho sobre o ventre espantosamente quente do jovem, Erik pôs-se a ouvi-lo alternando sua atenção entre seus dizeres e a própria mente.
" Isso foi... gentil. "
O respirar de Pyro, o ar morno que saía de suas narinas balança suavemente uns poucos fios de cabelo que se encontravam pregados á testa de Erik pelo suor, cada vez mais perto aquele ar compartilhada embalava o lento piscar de olhos do polonês que sentia como se aquela "Gentileza" houvesse sido feita consigo mesmo, num tipo de satisfação em sua mente num dos cantos não explorados nem mesmo por Charles, Erik sentia que tocava a própria pele ao tocar a barriga de John.
"Por que você não remove?"
Sem tempo para responder, o toque morno de Pyro faz Magneto calar-se ao sentir que o mesmo local onde antes fora percorrido por uma agulha enferrujada, agora recebia uma sensação menos brusca. Magneto não precisou responder, "Porque não te deixa dormir." "Movido pela raiva.", era estranho embora fascinante como aquele jovem sabia do que se passava dentro da mente de Erik mesmo que nunca tenha falado, a vida nas ruas junto a todas as dores e dificuldades realmente fizeram de Pyro um ser mais semelhante a Erik que apenas um irmão mutante.
Magnus deixou um "sim" soar um tanto escondido num sussurro e um olhar baixo fixo no próprio braço, " Isso te faz forte, não é?", aquele mesma resposta sussurrada repetiu-se mas mentalmente, "... é a mesma coisa que me faz forte também.", os olhos azuis de Erik acompanharam os castanhos de John quando o encarou de baixo, "Raiva. É a chave pra isso tudo."
Um leve sorriso começara a se tornar um tanto visível quando em sua mente um tipo de flash se fez visível e uma voz calma e serena pode tocar seus ouvidos.
"Você tem que achar o ponto entre a raiva...e a serenidade."
Era a voz de Charles, era como se em sua mente bagunçada duas verdades lutassem naquele exato momento para que ele próprio decidisse em qual deveria acreditar, Na fúria ou na harmonia, no controle ou na falta dele, duas vozes ecoavam em sua mente enquanto os dizeres de Pyro fermentavam suas ideias. Seus olhos azuis vagavam por Pyro enquanto a aproximação dos seus rostos se tornava mínima, as palavras de John aos poucos se tornavam inaudíveis por Magnus que tinha como seus pensamentos uma luta de ideologias, a mente de Erik velejava por águas obscuras enquanto a quentura em sua mão aumentava quase a cada segundo, porém a dor só viria tempo depois, depois que lentamente a voz do amigo, a voz de Charles sumira de sua mente como poeira na frente de um ventilador, Charles nunca concordaria com ele nem tampouco o apoiaria assim como Pyro, ele estava certo...Raiva é a chave. Os olhos semi-cerrados de Magneto procuraram rapidamente um ponto fixo e a julgar pela enorme aproximação, ficou-se nos olhos castanhos do Jovem, a mente de Erik estava livre de pesares e pensamentos desnecessários, livre de...Charles.
"...eu poderia te agradecer por isso... "
Seus sentidos voltaram quase no mesmo instante que sentira o cheiro do creme dental tão típico do Instituto, as esferas azuladas focaram-se no jovem, em seu rosto tão próximo, o calor vindo do corpo de John podia ser sentido como um mormaço daquela distância. Os olhos de John se fecharam e Magnus, que perdera o ponto de foco, desceu seu olhar até os lábios do garoto que se umedeciam enquanto o toque morno do nariz de Pyro o fez sentir que Pyro não era exatamente como o fogo, mesmo que tivesse sido eficaz incitá-lo, não teria como fazê-lo apagar agora.
Ou pelo menos foi o que Erik pensou quando conduzido por um espanto arregalou um tanto os olhos ao perceber aonde aquilo havia chegado, e num espanto maior viu o corpo maltratado de Pyro ser quase jogado para traz após pressionar seu braço com força, talvez mais força do que devia.

- Droga...!~ Aquilo soou mais como um grunhido quando o calor do braço de John não esquentou sua mão como praticamente a queimou, deixando-a avermelhada. De onde todo aquele calor havia vindo? não era apenas uma febre, era como se tivesse pegado em um carvão em brasa, porém, Magneto preferiu permanecer calado sobre aquilo, pelo menos por enquanto, haviam outros assuntos a serem resolvidos.~ E-Eu...eu entendo...~ A situação não deixou muitas opções para que Erik prosseguisse, visto que acabara de machucar ainda mais o mutante que há pouco estava desacordado.~ Dor algumas vezes me fez...perder o controle, porém ela é útil para lhe dizer quando você deve parar~ Magnus balançou a mão que há pouco apertara o rapaz e a olhou.~ Quando você está pondo a si mesmo em risco...~ Aquilo soaria mais como um conselho do que como uma bronca visto que o tom de voz de Magneto estava brando, apesar de uma respiração ofegante pelo recente ato de John.~ Ela pode sempre ser sua amiga mas...Espere...Sado...?~ O olhar confuso de Erik ficou visível quando aquela interrogação soou com um ar um tanto cômico, mas seu semblante logo mudou para um leve sorriso ao ver o que não parecia nem um pouco comum.

A normalidade não permitia que os meros humanos entendessem o que realmente as coisas eram, julgando ser estranho ou bizarro tudo que fugia desta tal normalidade. Magneto via beleza nas coisas cruas, nas coisas que aos olhos comuns eram esquisitas e quando Pyro dobrou o próprio braço abaixo do queixo e lentamente lambeu as recém feitas queimaduras, Magnus apenas deixou que um sorriso se estampasse em seu rosto e que um "Excepcional..." soasse como um sussurro. Na sua frente havia um garoto, anos mais jovem, que acabara de quase cometer um suicídio com todo o seu poder mas esse garoto não parecia nem um pouco transtornado com esse fato especificamente, com as queimaduras e então a pergunta que antes surgira na mente de Erik encontrou sua resposta. As palavras de Pyro soavam sábias pois nele havia algo que há tempos fugira de dentro de Magnus, algo que Charles Xavier lutou para amenizar.
A raiva, a rebeldia, a coragem...e o poder!
E aquilo, aquele acontecido, o treinamento, a quase morte de John e agora aquela enorme proximidade acompanhada pela mão de Erik que ainda ia contra a região abaixo do umbigo do jovem, tudo mostrou o quanto Charles havia abrandado o pobre polonês, o quanto havia feito com que agisse em sigilo, escondido, com medo do telepata. As sobrancelhas de Erik se franziram enquanto em sua mente centenas de planos e pensamentos surgiam em sua mente, sua mão direita se estendeu até o ombro de John e logo após deslizou para perto do pescoço do jovem, voltando a focar em seu propósito, como um bom egoísta.

- Você sabe o que Charles irá pensar não é? Quando vir tudo aquilo destruído, ele não perguntará se você está bem. Ele não te oferecerá um chá e perguntará se deseja mais alguma coisa. Assim que seu irmãozinho tolo abrir a boca para ele, tudo se voltará sobre nós, não temos...mais tempo.~ Aquela última palavra soou forte enquanto a lâmpada acima deles piscava vez ou outra.~ Você está certo, Pyro, nós estamos certos! Temos que mostrar para todos lá fora, nas cidades, vilas, parques e supermercados, prédios e casas quem nós somos!~ A voz de Erik se tornava mais branda como se tentasse ainda mais convencer John daquilo.~ Você já ouviu sobre a guerra mas dessa vez irá ser diferente, dessa vez não serão nossos irmãos que morrerão, dessa vez nós ascenderemos enquanto os primatas cairão sob nosso poder! Aqui, entre essas quatro paredes...~ O rosto de Erik se moveu olhando ao redor como se para dar ênfase e logo retornou á ficar tão perto do de John.~...Nunca poderemos ser quem realmente somos , essas paredes são feitas, além de tijolos e cimento, de medo e receio, Aqui somos apenas um aluno e um inútil professor de filosofia mas nas ruas, junto aos nossos, podemos ser mais, eu poderei o salvador dos nossos irmãos, Pyro, seu Salvador! Mas para isso, temos de ir o quanto antes embora daqui, quando sentir que pode se levantar, quando se sentir disposto a ir...~ A mão de Magnus apertou forte o ombro de Pyro mesmo que estivesse dolorida pela recém quase-queimadura.~ Deixaremos esse lugar para sempre! Querendo ou não estamos acorrentados aqui! Mas eu, minha criança, eu vou te libertar desta prisão! Sem mais lágrimas, sem mais mentiras ou medos, sem mais falsas promessas, sem mais abandono! Por que eu...

Agora todas as lâmpadas piscavam mesmo que antes estivessem apagadas por ainda fazer sol, as portas do armário metálico logo atrás das costas de Erik tremelicava como se alguém o empurrasse assim como uma bandeira logo ao lado que quase saltava da mesa. A mão de Magnus que se encontrava ainda no ombro de John deslizou para a lateral de seu rosto segurando-o e puxando para perto de si na mesma proporção que também se inclinava.

-Eu sou Magneto...

Aquele nome saiu estalado pelos lábios se Erik. Os olhos azuis penetravam as retinas de John como se estivesse dizendo aquilo diretamente para sua alma. As mãos, uma delas ainda dolorida, seguravam forte o rosto do garoto, porém para Magnus não era apenas Pyro na sua frente, sendo aproximado com força para a quase mesma distância de antes, sentindo o seu respirar forte, podendo sentir novamente o calor exalar do corpo do jovem em suas mãos e rosto na sua frente não havia Jhon mas sim...ele mesmo.
A respiração ofegante se juntava á memórias enquanto o rosto de John se tornava cada vez mais próximo. Todas aquelas demonstrações de poder, toda aquela manipulação da morte em forma de fogo, tudo ajudou com que Erik tomasse uma decisão.
"Se é pra queimar, queime pra valer."

- E agora você é livre.

O desejo já tão visível de Pyro não o deixaria entender errado o que aquela aproximação tão intensa e voz tão branda significava. Lentamente o morno do rosto de John se tornou um calor mais forte, porém não incômodo ao ponto de impedir que seus rostos se tocassem, os narizes se acomodando lado a lado enquanto os olhos azuis de Erik se fechavam, ao redor de ambos instrumentos metálicos como bandejas, bisturis e alguns postes flutuam como se guiados por um campo magnético liberado pelo polonês. No instante que as pálpebras se tocaram a imagem de Pyro se transformou numa escura forma que mesmo de olhos fechados Magnus pode ver, como uma sombra em sua mente que ganhava forma mostrando-se cada vez mais semelhante a si próprio e então lentamente as linhas retas e rosadas da boca de Erik, mesmo um tanto ressecadas completaram o ato não concretizado do jovem a sua frente, tendo completa certeza de que não pressionaria mais nenhuma região machucada novamente. Para Magneto aquilo talvez não significasse o mesmo para John, mas o homem magnético saberia bem usar aquilo ao seu favor, e enquanto os lábios se juntavam lentamente quase sem pressa guiados por Magneto, a mente do mutante era afagada pelo próprio ego, pelo egocentrismo que sempre fora a verdadeira e única paixão do polonês.
Não foi rápido porém não durou tanto, contraindo os lábios quase como se prendesse o lábio inferior de John, Magneto se afastou voltando a encará-lo com olhos semicerradamente azulados, porém sua mão que agora soltara o rosto do mutante loiro, se esticou até o copo plástico utilizado tempo atrás e dele retirou um ainda resistente e pequeno resto de cubo de gelo. Levando até sua frente entre ele e Pyro, Magneto apertou o gelo entre o indicador e o polegar fazendo-o se partir e diversos pequenos pedaços como se exercesse uma força superior sobre um corpo de gelo ainda maior e mais irritante.
A voz de Erik soou mais lenta e um tanto ofegante após aquilo.

- É...eu acho que gosto um pouco da dor sim.

Mesmo com todos os pensamentos egocêntricos, homicidas e conspiracionais reinando em sua cabeça, Erik apenas queria que a mente de Charles Xavier estivesse em qualquer lugar que fosse longe, longe o bastante da sua.
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John|Robert Allerdyce

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MensagemAssunto: Re: Enfermaria    Enfermaria  Icon_minitimeTer Out 20, 2015 7:10 am

- Eu não paro.- ele disse, assim que as reticências de Magneto lhe deram a chance.- É isso o que o fogo faz. Ele não diminui. Talvez na chama, mas não no calor. Não vai ser menos quente só porque está doendo... é por isso que você deve continuar. - lentamente, sua cabeça fez um movimento metódico, inclinando para o lado esquerdo, porém, sem que seus olhos deixassem de fitar os de Erik freneticamente, sem ao menos piscar.- É tipo...- ele continuou.- Puxar um submarino debaixo d'água. Você não pode parar.

John era definitivamente anos mais jovem que o homem à sua frente, e era quase irreal pensar que ele lia notícias que não tinham a ver com bandas punk ou política.
Além disso, aquilo nem tinha virado notícia...
Ninguém sabia daquilo. John também não, nunca. O que ele sabia sobre Erik era que ele era Magneto, e isso era tudo o que precisava conhecer.
Porém, Erik perceberia a ligação...
E que suas hipóteses estavam certas
- É, sado...- ele deu de ombros, desviando o olhar... mas aí o voltou de novo a Erik e inclinou a cabeça, como quem tenta entender algo:- O quê? Você não sabe o que é?

Pensar na hipótese do desconhecimento de Erik acerca daquela palavra fez com que John risse sutilmente, restando apenas um sorriso engraçado que se assemelhou ao de Erik. - Resumindo: eu gosto de apanhar. É mais pro lado sexual da coisa. Não pense que eu gosto de estar na rua e ser agredido. É diferente.- explicou, como quem fala sobre o tempo. Ele não tinha vergonha, de qualquer forma. John não era do tipo que exitava em falar ou ficava corado de pensar em certas coisas. Ele simplesmente fazia.

Do mesmo modo que não escondeu a surpresa, arqueando brevemente as sobrancelhas castanhas ao ouvir e entender o sussurro que Magneto produzira a seguir.

- "Excepcional"? - ele sorriu.- Bom saber que, mesmo não sabendo o nome, você se dá bem com esse tipo de coisa.

É claro que suas palavras demonstravam sinceridade e nada além disso. Ele não tinha realmente entendido o motivo da coisa, além da tal lambida por sobre as queimaduras. Para John, cometer um quase suicídio e depois agir como se nada demais tivesse acontecido já era de praxe...
E era. Na vida rebelde, raivosa, corajosa e envolta de poder que ele levava há anos...
Que fora forçado a levar.
Porque ele tinha seus próprios muros.
Mas não tinha medo de escalá-los só porque tinham arames farpados.
Ao sentir a mão de Erik em seu pescoço, John não realmente demonstrou reação. Ele teve que se focar nas palavras a seguir.
Suas íris escuras rolaram para cima, fitando as falhas da lâmpada acima deles. E, como se ligassem uma linha de um ponto a outro, como se o magnetismo fosse visível, metodicamente, seus olhos se voltaram a Erik.

- Você quer dizer... ir embora agora?

Agora?
O quanto antes, ele disse.
Não temos mais tempo.
John não saberia dizer se era a febre - mas não poderia levá-la em consideração, uma vez que sequer a percebia em seu corpo; porém, manteve-se calado, os lábios entreabertos e os olhos desfocados.
Era inevitável pensar em quando e como farias as malas, lembrando-se, é claro, de recolher suas camisinhas e o pó no buraco que fizera na última gaveta da cômoda, de como encontraria-se com Magneto, de como deixariam a mansão...
Mas ele não conseguia... ele simplesmente não conseguia ir além do plano quando ele chegava em Bobby.
Iria quando o irmão dormisse?
Ainda estava de manhã. Eles não tinham tempo.
Não importava nas tentativas que pensasse e imaginasse para fugir de Bobby... ele não conseguia dispensar os pensamentos - e estes sim, insistentes - de que estava cedo demais para deixar o irmão.
Ele queria aquilo. Queria sair dali, queria começar uma revolução, queria queimar casas lá fora com um propósito e movido pelo protesto.
Mas queria seu irmão também.
Queria o maldito Bobby.
Aquele grande imbecil, o "tolo" de quem Erik tanto falava, o traidor da própria espécie... ainda era seu irmão.
E John o amava, da única forma que conhecia do amor - exatamente o contrário do quê sentia pelos relacionamentos nas raves e pelos próprios pais.
Por mais que Magneto o fizesse ficar contra seu irmão, o fizesse crer na mudança, preparasse John para a guerra e ele respondesse "sim" como se não tivesse mais nada a perder, ele sabia que, no fundo, em sua mente, onde o Mestre do Magnetismo fizera uma lavagem cerebral, alguma coisa gelada restara, a única em seu ser inteiro.
Por mais que Erik incitasse John a derretê-la... ele estava tentando.
Mas era difícil.
O aperto em seu braço o fez voltar a realidade, e ele apenas respondeu, alienado demais para perceber que tiha algo a perder:

- Sim. - ele respirou com força, e o ar entre ele e Magneto se tornou absurdamente quente por um segundo, quando saiu de suas narinas em suspiro.- Você está certo. Não temos tempo. Eu irei, irei com você, apenas me dê alguns minutos para poder levantar, eu posso fazer minhas malas agora mesmo... mas...

Bobby.
Aquela parte gelada estava insistindo.

- Talvez nós possamos demorar um pouco mais, só o suficiente para que eu possa... tentar convencer meu irmão e...

Não havia mais tempo.
Não para continuar falando.
Não quando o barulho das portas metálicas batendo se tornou mais alto que sua voz...
Não quando o rosto de Magneto se tornou tão próximo de si...
Não quando o calor das respirações se tornou quase insuportável...
Não quando eles nem precisaram mais respirá-lo.
Porque o beijo aconteceu, quente como se fosse consumido pelo fogo mais uma vez - consumido porque a sensação se espalhou por seu corpo inteiro, adormecendo a queimadura por completo, eletrocutando seu corpo como se o Magnetismo fosse contagioso e a mistura dele com calor explodissem em batimentos cardíacos acelerados da parte do jovem mutante.
Que, por sua vez, não se demorou em passar os braços tatuados pelo pescoço de Erik, enlaçando-o como se não fosse soltá-lo nunca mais, mordiscando seu lábio inferior, dando ao beijo um gosto ferroso que ele só imaginou que, bem, o mestre do Magnetismo iria gostar.
John tomou o controle naquele momento, como se brincasse de esconder a coroa do rei. Quando a saliva morna se encontrou com a quente, sua língua deslizou por ambas, invadindo sem realmente pedir o espaço alheio que, no momento se tornava um só, ligado diretamente ao seu.
E, no segundo que aquilo tudo cessou, no segundo que o afastamento aconteceu, no segundo que o magnetismo deixou seu corpo... John pode sentir.
Pode sentir que ainda estava em chamas.
Nitidamente a sensação... como se o ar ao seu redor fosse gasolina...
Como se ele pudesse queimar cada partícula dali...
Como se ele pudesse explodir.
E ele adorava essa sensação.
Como se a gasolina que sempre alimentara seu fogo durante tanto tempo, finalmente tivesse sido provada da fonte.
E como se pudesse - e queria, mais do quê tudo - queimar cada partícula dela até o fim.
Sem parar.

- Magneto...- um gemido sensual, não poderia ser descrito de maneira mais sensata.

Seus olhos abriram, lentamente, fazendo companhia aos lábios molhados - mas que já enxugavam rapidamente - e que já estavam abertos; a expressão em êxtase.
Suas pupilas.
Elas brilhavam.
Uma explosão acontecia lá dentro.
Um pavio havia sido aceso.
Suas íris... elas nunca estiveram tão verdes...

- Liberte-me.

A lâmpada que piscava freneticamente acima deles, zuniu. Zuniu por um segundo. E então, ela estourou, voando seus pedaços para todos os lados, embora nenhum tivesse atingindo os dois abaixo dela.
Tudo o que restou de visível na sala, foi o fogo.
Fogo que se projetou acima deles, como uma nova lâmpada, provindo do calor da antiga.
Ele incendiava lá em cima, firme e forte.
Do mesmo modo que brilhava nos olhos de Pyro.

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Lá fora da Enfermaria, passos se aproximavam, apressados, pesados...
E não pareciam ser vindos de apenas um par de pernas...
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