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 Xavier's Room

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Charles Francis Xavier
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MensagemAssunto: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jun 26, 2015 8:28 pm

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É uma suíte simples, embora o estilo vintage presente deixasse bem elegante, também não fosse a bagunça que o cômodo costuma apresentar quando um certo professor está aqui. Além dos livros de álgebra espalhados aqui e ali, das garrafas de vinho pela metade postas cuidadosamente no pé da cama, é um lugar aconchegante.
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Erik Magnus Lehnsherr

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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeQui Jul 23, 2015 8:53 am

Os passos de Erik se tornavam cada vez mais apressados desde o caminho que se iniciou em seu quarto e um receio de Charles reprovar a sua idéia repentina começava a tomar do polonês que sem querer acertava a mala, que trazia firmemente nas mãos, nas paredes as vezes talvez pelo nervorsismo que aquela noite estava criando.
Novamente Erik encara uma daquelas portas e isso o fazia lembrar que a do seu quarto já não estava tão...bem, a porta já era. Um respirar fundo e Erik bate três vezes na porta de madeira, torcendo para não acordar o telepata.
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Charles Francis Xavier
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jul 24, 2015 2:12 am

O silêncio que o quarto emanava não era por motivos maiores do quê um professor engenhoso e um livro de Geometria Analítica e Aritmética Combinatória. Essa combinação era sempre certeira e, juntos, nenhum deles ligava de fato para o silêncio arrebatador, pois a mente não parava de trabalhar com os números e sinais que condecoravam páginas inteiras, e o lápis não parava quieto por cima daquelas folhas. Mas tudo bem, era apenas um divertimento - belo divertimento; era sim, para Charles.
Porém, quando percebeu que já estava tempo demais naquela operação, ele decidiu dar um tchauzinho sentido do livro antes de guardá-lo na estante, o marca texto dividindo mais da metade do livro já resolvida da metade ainda não lida.
Aquele seria um dia raro onde ele passava mais tempo no quarto do quê na diretoria ou nos arredores da mansão. Por isso, Charles apenas aproveitou para tomar um banho e se apressar em fazer a barba, que sinceramente já estava coçando, havia se descuidado ultimamente quando o tempo, já pouco, se tornara ainda mais agitado.
Tudo bem. No fim,  foi o que ele fez, deixando a TV em um volume muito baixo, apenas para o necessário para que pudesse entender algo aqui e ali; quando não estava entretido, então ele odiava o silêncio... bem, não que odiasse, acontece que, para um telepata, não é opção ser enxerido ou não: as vozes simplesmente vinham em sua cabeça, e Xavier particularmente não queria invadir a privacidade de ninguém que estava há pelo menos três quilômetros de distância dele.
Enquanto olhava-se no espelho do banheiro, sentindo a gillette escorregar gelada por seu rosto, aniquilando em tiras limpas a espuma que lhe rodeavam do queixo às bochechas, ele precisou parar para que pudesse ir de volta ao quarto e então desligar a TV.
Ele não precisava, não queria e nem gostaria de ouvir nenhum jornalismo anti-mutante assumido, não àquela hora da noite... ele já sabia o que iriam falar, afinal.
Não que precisasse ler a mente de ninguém. Era sempre a mesma coisa.
"Mutantes são ameaçadores, descontrolados e muito mais poderosos do quê se pode imaginar". Começava daí, e partia para coisas piores.  
Bem... Charles se lembraria depois de proibir aquele canal no resto da mansão. Ele não iria deixar que nenhum de seus alunos fosse obrigado a ver - ou tomasse o susto de visualizar aquilo de novo.
Eles já lutavam o suficiente e sabiam o suficiente disso.
Dessa forma, assim que voltou para o banheiro, deu-se conta de três batidas na porta.
Seus olhos azuis se abaixaram para o relógio em seu pulso. 2:22 da manhã. Quem poderia ser?
Ah, era fácil descobrir.

"Erik? Que surpresa".- a voz de Xavier ecoou na cabeça do polonês, seguida de uma sensação de sorriso que Erik pode perceber."A porta está aberta, você pode entrar. Fique à vontade. Eu vou sair em um minuto."

Com a mensagem bem passada, a porta do banheiro fechou e, lá dentro, Charles apressou o trabalho com maestria.
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jul 24, 2015 3:30 am

A mão que segurava a mala apertou fortemente a alça, os dedos se esfregavam como um íma numa agulha para ser imantada, seu pé direito batia num rítimo frenético, Erik estava tenso pois a qualquer momento Charles poderia ler sua mente e saber de todos seus planos mas o polonês usou de algo que seus pais o ensinaram: "Se quer esconder algo de alguém...não esconda, deixe em um lugar simples e não num lugar escondido."
Certa noite o pai de Erik o acordou no meio da noite e o pediu ajuda para recolher todo o dinheiro da casa e escondê-lo pois os nazistas estavam roubando todos daquela rua. Todo o dinheiro o dinheiro foi juntado mas onde escondê-lo? Seus pais então resolveram colocá-lo em cima da mesa da sala e apenas cobrir com uma toalha. No fim, os oficiais derrubaram armários, cortaram colchões e tiraram cerâmicas mas nem tocaram na mesa.
Erik então arriscou, não forçou para não pensar em seus reais objetivos e tratou de deixar seus pensamentos os cobrirem como uma toalha sobre a mesa da sala num lugar que o telepata não os encontraria.
Uma gota de suor frio cortava a lateral do seu rosto até que derepente, alguns segundos após sua mão afastar da porta a voz de seu amigo fala harmoniosamente dentro de sua cabeça.
Erik apenas gelou, seus olhos arregalaram. Charles acabara de entrar na sua mente, ele poderia ter olhado em tudo mas um -"Que surpresa... Você pode entrar"- acalmou o trêmulo homem como uma certeza de que era seguro prosseguir. Erik gira a mão num movimento anti-horário e a maçaneta gira, e a porta se move para frente e em seguido ele adentra o quarto de Charles.

-Sinto falta de quando você mesmo abria a porta, sabia?~ Um leve riso e Erik põe a mala no chão, olha em volta e senta-se num estofado próximo~ Eu não quero te apressar, Charles. Ainda mais a essa hora, mas também não poderia ir sem te avisar.~ Imaginando o espanto quase certo do amigo ele continua~ Mas calma, o melhor professor desse instituto vai votar logo.~ Erik ri e encosta-se apoiando a bochecha no punho~ só tenho que buscar umas coisas que incomendei há alguns dias, e por favor, não pergunte o que são, da última vez que falamos sobre a nossa última viagem a Rússia você acabou bêbado e chorando no meu ombro com saudades de uma tal de Karenina, aposto que era uma agente da Cia também.

Erik ri um pouco alto e logo percebe que foi alto demais para o horário, então apenas se acomoda no estofado esperando Charles


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Charles Francis Xavier
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jul 24, 2015 5:00 am

Mesmo para um telepata jovem como Charles, ele não se sentia minimamente confortável em simplesmente invadir pensamentos alheios quando bem quisesse - porque aprendera a não querer. Não tinha esse direito, sabia bem. Nascera com aquele poder e seria muito bem capaz de se fazer autoritário para usá-lo deliberadamente; o que o impedia?
Sua própria moral e sua ética, é claro, era simples. Não importa se poderia nunca ser descoberto por ninguém se fizesse isso; mas ele mesmo não pararia de se julgar caso um dia chegasse a quebrar suas próprias regras.
Charles jamais entrava na mente de alguém só por curiosidade. Fazia-o quando julgava necessário e era isso.
Mas, uma outra hipótese não muito distante destas veracidades, era algo muito simples, mas que ainda podia causar uma pulga atrás da orelha. Essas práticas adotadas eram gerais, na mais crua definição da palavra. Não invadiria a mente de ninguém caso não achasse necessário... aí era que uma controversa entrava para atormentá-lo.
Uma controversa que atendia com esmero pelo nome de Erik.
Afinal, não seria necessário mantê-lo vigiado o tempo todo?
Pelo que Charles conhecia do polonês - e era muita coisa graças a última vez que, inclusive, fora necessário penetrar sua mente - ele diria prontamente que sim.
Então que regra ele tinha para impedi-lo de fazer tal coisa naquele exato momento?
Bem... não era uma regra, exatamente.
Era apenas, no modo mais seco e legítimo que se possa explicar, confiança.
Confiança no homem que jurou matar Shaw mesmo que isso fosse contra o que a CIA planeja, que tem ideias completamente contrárias as de Charles na cabeça e que se mostrou perigoso e volátil inúmeras vezes?
Bem... sim.
A risada de Xavier ecoou sutilmente lá dentro do banheiro. Oh, que risada ingênua...
O simples empecilho que impedia Charles de ler ali mesmo a mente de Erik e desvendar o criminoso que ele era era simplesmente porque não queria estragar a surpresa da conversa e da visita do amigo. Não tinha graça saber o que as pessoas iriam falar antes que dissessem e, mais uma vez, Erik não era diferente dessas pessoas...
Não para Charles.
Ou pelo menos ele fazia esforço para não vê-lo dessa forma.  

Me desculpe, você tem razão.- apesar do eco, sua voz ainda soou clara e divertida.— Sei que isso pode parecer rude, é que eu apenas não me toco disso às vezes. É a idade chegando, talvez. Não me julgue como um velho ranzinza, por favor. Ah, avisar? Sobre o quê, meu amigo?

A porta do banheiro se abriu após um estampido muito sútil na tranca, e Charles saiu dali com uma toalha de rosto branca a enxugar-lhe suavemente o rosto, levando consigo um aroma fragrante e perfumado de loção pós-barba para dentro do quarto.
Ele achou mais graça.

Deus, não fale sobre essa mulher de novo, eu ainda sinto saudades... ah, as russas...

Seu sorriso gentil, porém, foi envolto pela toalha por um segundo, ao mesmo tempo que seus olhos também fora encobertos para serem enxutos... só então ele pareceu se dar conta do que Erik tinha dito antes de comentar sobre Karenina.
E, quando Charles abaixou a toalha novamente, rodeando-a em seu pescoço, o sorriso havia sumido e os olhos pareciam espantados ao confirmar o que Erik acabava de lhe dizer quando o fitaram completamente arrumado, com a mala ao lado.

Quê? Está me dizendo que está indo para a Rússia?

Xavier's Room  Gif-huh-x-men

Mas agora, Erik? Digo, são duas da manhã e, bem...— ele realmente parecia meio confuso.— Você marcou voo? E pegar encomendas? Por que não as mandou direto para cá, então?
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jul 24, 2015 6:54 am

Erik já estava bastante relaxado e mais calmo que antes. O ambiente do quarto de Charles se assemelhava a uma espécie de consultório de um psicólogo, não pelos móveis tão estilosamente antigos e os livros mas pela sensação de que toda e qualquer palavra dita a ele era analisa com extrema perícia e precisão para depois ser comparada aos nossos pensamentos mas Erik sabia da ética e moral tão bem aplicadas sob os poderes do amigo, ele apenas queria se précaver para não ser descoberto.
Por isso decidiu simplesmente não mentir.
Erik não escondia seus planos de Charles com medo de ser impedido, mas por receio de perder a tão fiel amizade do telepata, afinal, o polonês não concordava com muitos ideais de Xavier e até os achava terrivelmente errados mas mesmo assim ele não o impedia de praticá-los...de onde Charles tiraria direito de o impedir?
Diante do amigo que parecia agora muito tenso e confuso mudando tão rapidamente de humor após ouvir o seu aviso, Erik apenas sorriu e se levantou ficando de frente para o telepata encarando seus olhos azuis.

-Sim, Charles. Eu tenho de ir a Rússia, eu venho adiando esta viagem há tempos e você que costumo agir de acordo com o impulso, não sou tão bom de marcar compromissos...eu apenas apareço.~Erik então percebe o olhar de Charles que é tão fixo que parece tentar achar alguma brecha na fala do polonês~Parece que fazer surpresas ruins foi algo que aprendi com aqueles alemães. Olhe não se preocupe tá?~ Erik põe a mão no ombro um pouco molhado do amigo~ O nome Alexander Vronsky te lembra algo? Sim, é o marido da Karenina~ Erik riu, o relcionamento de Charles e a russa não deu certo porque ela era casada~ Mas lembra porque você não apanhou? Alexander é um biólogo, engenheiro químico, físico e chatamente intelectual como você, e vocês acabaram tomando chá e falando de biogênese e me fazendo dormir. Bem, eu irei visitá-lo.~ Erik põe as mãos nos bolsos~ Eu o encomendei alguns estudos, precisei de respostas e você não é muito bom com química, além disso, tenho coisas minhas particulares para pegar lá além de assuntos mais particulares ainda e por favor, não me peça pra falar sobre porque daquela vez que falei que a mulher louca gravida de gêmeos me amarrou na cama você reclamou.~ Erik ri mas dessa vez ele ri de si~ Desculpe, eu sei que parece estranho mas confie em mim...meu irmão.~ Erik segura a mão direita de Charles~ Pedirei para o professor Alexander escrever uma carta para você tudo bem? E pedirei uma foto de Karerina para suas noites solitárias~ Erik solta a mão de Charles e retira um lenço duma caixa acima de um dos móveis e ri enquanto o balança a sua frente~ Volto logo, eu prometo e não terá más notícias de mim, ok? Ah, a propósito vou de navio, daqueles econômicos mesmo, me sinto mais á vontade. Hey, vai ficar tudo bem, eu trago uma lembrançinha de lá~Erik sussurra~ Uma vodka. Então, tenho permissão para ir professor?
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Charles Francis Xavier
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSex Jul 24, 2015 9:50 am

Como posso não me preocupar?— a pergunta foi retórica, é claro, soando assim que Charles sentiu a mão de Erik pousar sobre seu ombro úmido.— Disse quem vem adiando, poderia adiá-la até de manhã, não? Nunca me contou sobre isso, Erik.

Mesmo que não fosse a intenção de Charles, ele já parecia estar dando bronca antes mesmo de ouvir o resto do que o amigo tinha a dizer.
Quando foi que Erik Magnus Lensherr virara uma Raven no quesito de receber broncas de Xavier como se ele fosse um padrasto ancião?
De qualquer forma, Charles suspirou. O amigo estava ali para avisá-lo que ia viajar; uma simples viagem, certo? Ele deveria pensar assim, afinal, por quê outro motivo Erik viria avisá-lo?
Simplesmente não havia.
Erik não estava e nunca estivera preso no Instituto, de tal forma que podia ir embora sem mais nem menos. Fora assim enquanto os dois trabalhavam para a CIA também.
Se Erik lhe dizia que iria voltar depois daqueles tais negócios...
Bem, então Charles aplicaria, mais uma vez, o termo confiança, até porquê ele nunca exigira saber dos negócios particulares do polonês...
E ele não sentia nada...
Nada de errado.

Alexie, você diz?— a voz dele, então, já soou bem mais pacata naquela pergunta e particularmente não parecia rancorosa, embora Charles estivesse lembrando do exato momento mencionado por Erik.— Sim, eu com certeza lembro dele. Ele é um bom homem e muito impressionante.

Talvez até mesmo o professor estivesse disposto a esquecer dos pensamentos que pôde captar martelando a cabeça de Alexander Vronsky envolvendo castramento e coisas piores reservadas à Charles se o mesmo não parasse de estar tão... próximo de sua esposa Karenina o tempo todo.
Foi a última vez que tomou chá sem açúcar para tentar explicar as caretas e franzidas de testa que de repente - e automaticamente - lhe afloravam à face em resposta ao compartilhamento invisível de ideias bizarras... e ameaças.
No fim, contudo, Alexander parecia mais entretido em adquirir uma cópia das pesquisas de Charles sobre o gene X que os pensamentos desastrosos sumiram de sua cabeça - juntamente com as suspeitas.
Foi uma boa conversa.

Bem...— ele pigarreou. Grávida de gêmeos, assuntos particulares... ouvir Erik mencionando isso na mesma frase fez Charles dobrar o canto dos lábios sutilmente, cerrando os dentes no processo.— Parece complicado. Bem, tudo bem, eu ficarei grato se você mandá-lo escrever uma carta, mas eu vou ter que infelizmente recusar a foto de Anna ou com certeza vai pegar mal pro meu lado...— ele abriu um sorriso mínimo, apertando muito sutilmente a mão de Erik...

Até que ele observou a cena que se estendeu com o lenço de papel, mordendo o dedo indicador antes de simplesmente não conter o riso, desviando imediatamente os olhos de Erik.

Xavier's Room  Large

- Por Deus, isso não está aí pelo motivo que você está pensando, Erik...- ele se recompôs da risada no segundo seguinte, no entanto, assim que Erik lhe indagou a permissão.

Sua expressão voltou à seriedade, e Charles permaneceu de dois segundos contados de silêncio antes de dar um passo em direção ao amigo e propôr:

Xavier's Room  33513_movies-man-james-mcavoy-blue-eyes-this-is-a-queue

Dependendo de quando voltará, eu posso ir com você, não acha? Já que mencionou Alexei, lembrei que seria ótimo visitá-lo. Eu ficarei fora dos seus assuntos privados, é claro, Erik. O Instituto pode ficar aos cuidados de Hank e Moira por um ou dois dias e eu não teria problema em adiar minha tese amanhã para a semana que vem.
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSáb Jul 25, 2015 2:30 am

-Não te contei porque fazem poucos dias que eu...que planejei isso e você já tem muitas ocupações, tanto que mal te vejo pela mansão. Eu que deveria estar com esse semblante franzido te perguntando o que tá havendo, Qualé.

Erik responde o amigo num tom meio aflito embora um pouco forçado, era verdadeiro. Charles realmente parecia mais ocupado e isso preocupava um pouco o polonês mas naquele momento, nem tanto.
O telepata parecia estar aceitando a ideia aos poucos para a alegria do polonês que se via trêmulo diante tantas perguntas. Era inevitável que ambos tivessem lembranças cômicas, afinal eles passaram por muitas coisas, lugares e situações muitas vezes não agradáveis como o ocorrido na Rússia citado há pouco. Essa convivência dava a eles um conhecimento maior sobre eles mesmos e isso preocupava Erik, Charles o conhecia muito bem, isso era um problema naquela exata hora mesmo que o telepata agora pareça menos tenso.

-Pra sua sorte ele não te mostrou o conhecimento dele de anatomia, eu tinha quase certeza que ele ia te bater tanto que você ia encolher...denovo.~ Erik ri enquanto põe o lenço sobre o móvel do lado da caixa de onde veio~ Eu só estava brincando, calma, eu sei que o máximo que você faz com eles é se assoar, e pode deixar, nem direi o nome "Anna" por lá. Eu não tenho esse seu charme de doutor para convencer ele a não me dar a surra que ele prometeu a você.

Erik estava convencido de que já estava quase chegando no ponto certo de conseguir a confiança de Charles, afinal ele sabia que se deixasse uma pulga muito grande atrás da orelha do telepata, esse não o deixaria em paz por muito tempo e isso atrapalharia seus planos para com seus futuros parceiros de guerra em prol da da sua amada paz.
Paz que seu amigo telepata também desejava mas não aceitava como opção o caminho que o polonês tanto almejava, tocar nesse assunto só faria a conversa se estender, então Erik apenas decidiu não nadar contra a maré que Xavier colocava com tantos questionamentos.

-Olha, acho que estou meio atrasado para sair e...~Um olhar sério de Erik agora metralha os olhos azuis do telepata que parece estar tão certo em sua fala, alguns segundos de silêncio e Erik não controla um riso que veio não se sabe de onde.

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-Quer vir comigo pra Rússia num navio econômico, frio e sujo pra voltar uns três dias depois só pra ver Alexander? Isso sim parece suspeito, melhor ele segurar a saia da esposa dele dessa vez.~A risada aos poucos sumiu quando percebeu que Charles falava sério dizendo-lhe que poderia até adiar a tese do dia seguinte~ Então está falando sério? quer mesmo ir?~Um gole seco de saliva estava pra vir mas o polonês pensou que poderia ser notada a sua tensão e ele então passou uma mão na outra~Olha, eu sei como essas teses e palestras são importantes pra você e não, não acho uma boa ideia você adiar algo assim para passar uns dias corridos naquele gelo, e por deus Charles, deixar o instituto nas mão de Hank e Moira? realmente acha isso uma boa ideia? quer repetir o que houve na CIA só que agora destruindo o Instituto? por que é o que parece. Eles destruíram a droga da sala e da estátua em menos de meia hora, acha que a Moira vai tomar conta deles agora que estão ainda em maior número? eles acabaram de chegar, precisam de você, amigo. Temos muitos jovens aqui agora e você parece não estar lembrando disso.

Erik o encara com a boca entre-aberta deixando seus olhos azuis penetrarem os do amigo tão fortemente ao ponto de perceber qualquer mínimo movimento. Deixar o Instituto nas mãos de Hank e Moira era uma ideia muito ingênua até mesmo para Chales e adiar uma das teses? Não era do feitio do amigo. O polonês talvez não estivesse certo em pensar que Charles apenas o testava mas arriscar era algo que ele não tinha medo.

-Se quer mesmo arriscar ter seu Instituto destruído por adolescentes, fazer a CIA passar horas aqui fazendo perguntas sobre o que houve e ainda correr o risco de apanhar do Alexie...~Um riso ainda maior que o anterior ganha espaço no rosto aparentemente calmo de Erik, e um balançar de queixo convidativo~ Arrume logo uma mala...

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-...E vamos!
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeDom Jul 26, 2015 7:58 am

Xavier sustentou o olhar trucidante de Erik sem fazer esforço, apenas mantendo-se fitando o polonês suavemente, sem perder o sútil brilho animado que surgira em seus olhos desde que fizera aquela proposta.
De tal forma, diante dos dizeres do amigo, Charles desabrochou um riso suave.

Ora, já estivemos em lugares piores juntos, não? E eu realmente não me importo com as cortesias de viagem.— Charles estalou a língua, num dar de ombros como quem não quer nada - nada demais.— Não fale assim, não quero forçar mulher nenhuma a romper os votos do próprio matrimônio, você sabe que sou incapaz de algo assim. E não é apenas por Alexander. Sei que de fato andamos ocupados, eu, você; mas seria bom um tempo juntos em uma jornada novamente, como nos velhos tempos. É claro que estou falando sério, homem, desde quando duvida de mim?

Seu riso foi tão trocista quanto sereno, sendo a vez dele de dar leves tapinhas sobre o ombro de Erik.
Charles Xavier, o pretenso mais poderoso telepata do mundo, era mesmo facilmente iludido...
Talvez.

Falando assim, até parece que está querendo pôr peso suficiente nos meus ombros para que eu não vá.— seu tom pareceria extremamente sério - o que poderia fazer Erik tremer em sua base, entretanto, o que poderia impedi-lo de tal coisa era ver que Charles ainda permanecia com aquele sorriso de canto que lhe era tão familiar.— Eu sei do que sou capaz, não me julgue irresponsável, Erik, isso soa mais ofensivo do que você pode imaginar.

Charles soltou um suspiro abafado, cingindo as mãos em sua cintura no instante seguinte.

Sabe que já fizemos isso uma vez, há tempos atrás, quando precisamos ir buscar Amara. Viajamos para o Brasil juntos e o Instituto ficou nas mãos da CIA e de Hank sem quaisquer maiores problemas. Não relembre o acontecimento na base secreta como se fosse um tabu, aquilo foi uma tragédia... mas não significa que vai ser sempre assim. E, sobre minhas teses, está tudo bem, Oxford não me rejeitaria por algo tão simples como um reajuste no horário de curso.

Bem, se Erik tinha a ideia arriscada na cabeça de que aquilo poderia ser um teste da parte de Charles, então ele já poderia estar começando a perder as esperanças...
Porque a resposta de quando o polonês virara o tabuleiro para o seu lado e apostara naquela hipótese foi uma simples troca de olhares acompanhada de uma palavra:

Finalmente!— Charles que a pronunciou, um sorriso vitorioso que sumiu de vista enquanto ele estava dando imediatamente as costas para Erik, apenas para que ele pudesse se abaixar à altura da cama, e lá debaixo dela, onde a falta de iluminação impedia a nitidez, ele puxou uma bolsa cinzenta com duas alças grandes que já parecia macia o suficiente em sua consistência, como se já existissem tralhas bem organizadas ali dentro.— Eu tinha arrumado para quando fosse dar um pulo na Inglaterra semana que vem. Fico feliz de ser um cara precavido nessas horas. Não vou atrasar você, meu amigo, não se preocupe. Nós podemos ir literalmente agora.

Ergueu-se do chão, sobre o carpete macio, e prendeu as alças da bolsa retangular em seu ombro, firmemente. Voltou-se para Erik apenas a seguir, puxando do pedestal de cabides seu casaco azul-marinho e o enganchando fixamente no dedo indicador.
Só então, Charles aproximou-se do amigo novamente, até dar um passo em falso, que o levou, contudo, para trás...

Claro. Ia esquecendo. Eu preciso avisar agora mesmo a universidade... tudo bem, não nos preocupemos.— ele voltou a sorrir no mesmo passe que seus pés o moveram, então, em direção à porta, passando até mesmo na frente de Erik. Com a mão que estava livre, ele levou dois dedos à têmpora direita.— Vou ter uma bela conversa telepática com Hank agora mesmo e tudo estará resolvido sem mais complicações.
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeDom Jul 26, 2015 9:57 am

-Não quis lhe chamar de irresponsável embora tenha soado assim. Eu sei do seu esforço para manter esse lugar e todos nós em pé e sei como dever ser ruim ser como uma atendente telefônica de cérebros recebendo tantas ligações o tempo todo, não quis ofendê-lo.

Erik sorri sutilmente ao ser tocado no ombro pelo amigo que agora ia contra tudo que ele havia dito se mostrando bastante disponível para a viagem repentina. -"Como nos velhos tempos."- Talvez os velhos tenham sido os melhores e os velhos tempos não poderiam voltar, talvez não naquele momento e talvez nunca. Erik lembrava bem da viagem ao Brasil e em como o instituto permaneceu inteiro mesmo que ele pensasse que o encontraria destruído quando voltasse. É, assim como na maioria das vezes, Charles tivera razão.
O polonês ficava sem saída a cada resposta de Charles perante seus fracos argumentos que só foram dados pensando numa falha tentativa de convencer o telepata a não ir, então Xavier deu as costas e quando a bolsa visivelmente cheia e pronta foi retirada debaixo da cama o rosto de Erik apenas ficou paralisado, chegava a ser cômico como tentar enganá-lo era inútil e pra falar a verdade Charles teria convencido o polonês a levá-lo se fossem outras circunstâncias mas naquela hora não restavam dúvidas de que não havia como impedir Charles sem ser claro o bastante. O telepata andou até passar por Erik que agora apenas engoliu seco e respirou fundo guardando o máximo de oxigênio e então deixou que o ar saísse como num impulso para criar coragem.

-Não, Charles. Você não vai...~Erik toca levemente o ombro do amigo afim de fazê-lo se virar ~...Por que eu não quero que você vá...~O seu rosto baixa, a boca entre-aberta se faz presente mas logo ele volto o olhar para fitar Charles~

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Havia uma real aflição e angústia no olhar do polonês e ele realmente queria que Charles visse que de tudo o que ele falou naquela madrugada, aquilo era o de mais verdadeiro.

-Me desculpe, eu não queria dizer dessa forma. Você é meu amigo e deve entender que eu não consigo apenas deixar as coisas de lado ou focar em outras para esquecer. Sim, estou falando do que houve com Raven e conosco...E não, não estou chorando para você e nem vou. Você não tem nada a ver com como resolverei meus próprios assuntos não resolvidos mas infelizmente você é um deles...~Alguns segundos em silêncio e Erik volta a olhar fundo nos olhos tão azuis de Charles~...Eu sou seu amigo, e ainda serei. Prometo que iremos fazer alguma outra vez como antigamente mas dessa vez só quero aproveitar esta viagem e ficar um pouco longe desse sentimento ruim, um pouco longe de mim, longe disso ~ Erik levanta lentamente a mão ponteada recentemente e a mostra para o amigo~ Você sabe que não sou bom em resolver as coisas, ainda mais aqui nesta mansão. ~A mão do polonês segura forte o ombro de Charles~ Tudo está tão próximo de todos e Charles, não é culpa sua ou das crianças e ambos sabemos que se isso continuar pode acabar caindo também sobre vocês, eu não quero isso.~ A mão segue até tocar o rosto do telepata suavemente fazendo os olhares se ligarem ainda mais ~ Eu só te peço que entenda, meu Irmão.


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Charles Francis Xavier
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Charles Francis Xavier


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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSeg Jul 27, 2015 8:09 am

Aquilo não era um teste, afinal.
Xavier nunca encarara sua proposta daquela forma; afinal, se estivesse querendo comprovar se seu voto de confiança valia à pena, então não seria um.
Não havia porquê investigar Erik se tudo o que resolvera fora deixá-lo ir para a tal viagem.
Charles não trabalhava desse modo. Ele confiava plenamente em Erik porque simplesmente não o via como o resto do mundo: um assassino, um ex-judeu, temperamental e psicopata.
Ele o via como um amigo.
E testá-lo não era uma opção.


Como disse?— a pergunta foi feita ainda por um resquício entusiasmado em seu timbre de voz, como se a mensagem dita tão claramente nas palavras de Erik não tivesse realmente sido processada pelo professor.

Porém, quando o toque em seu ombro foi percebido e ele se virou para o amigo, a expressão de Charles murchou como uma flor na geada.
Por um momento, ambas os semblantes se encararam. Charles parecia confuso o suficiente diante de Erik que, por sua vez percebia-se justamente o contrário, onde seus olhos demonstravam entendimento e conformação com este, por mais que não parecesse lá tão agradável...
Ou, pelo menos, era o que Charles achava, enquanto ainda teimava em proibir a si mesmo de ler a mente do homem à sua frente.
O silêncio reinou por um, dois segundos...
Xavier não se permitiu falar também, então ele apenas escutou o que Erik tinha a dizer.
Então, ao término de tudo e somente neste, Charles coçou muito sutil e lentamente a sobrancelha, tão próximo da têmpora...
E só então ergueu os olhos para Erik.

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Você não acredita nisso.— foi a resposta dele. Clara e simples.— Não sinto que esse é um motivo forte o suficiente para você tomar essa sua decisão, afinal... por que diria que posso ir antes e agora que sabe que eu estava falando sério, está recuando dessa forma? Só me resta pensar uma coisa sobre isso...

Ele tocou, muito brevemente, a mão de Erik que estava descansando em seu rosto, mas não a tirou dali.

Tem algo mais afligindo você, meu amigo, e isso não se resume a Raven ou a mim. Eu entendo, sei que, depois de tudo, você não poderia estar de outra forma, mas...— um estalar de língua da parte de Charles, e ele também pôs uma das mãos em Erik, no ombro deste.— Sabe que pode contar comigo, não sabe? Por mais que eu seja um problema pra você agora... só posso deixar de ser se você me der a oportunidade de me aproximar de novo. E, exatamente por isso, eu posso provar a você que não sou um empecilho. Não vou ler sua mente decifrando tudo e simplesmente te dando as respostas certas para que fiquemos bem de novo. Não vou resolver seus dilemas pra você. Seus dilemas daqui.

Sua mão subiu, deslizando tão próxima do rosto de Erik, mas ela tocou sua testa, e dois de seus dedos escorregaram até a têmpora do amigo.
Mas Charles não ousou....
Ele não leu nada.
Não leria.
Afinal, ele ainda se sentia culpado demais para isso. A violência que o impusera, o estado em que deixara o amigo...
Charles era muito sensível quando se tratava de sentir remorso por alguma coisa, ainda mais consigo mesmo; isso era a pior das sensações.
Era exatamente por isso que ele sempre tentava dar o máximo de si, se esforçar, fazer o melhor que podia para tudo e todos. Acontece que..
A visão que ele vira, algum tempo atrás... ele não diria para Erik que fora silenciosamente no quarto dele depois que ele fora atender John e Robert Allerdyce naquele dia.
A visão do quarto arruinado de Erik. Um espelho quebrado, uma cabeceira de cama aos pedaços.
Bem, isso marcou Charles mais do quê qualquer outra coisa...

Apenas quando estiver pronto, você sabe que pode contar comigo... sabe que pode me falar o que está passando aqui, e eu poderei ajudá-lo. Seja o que for, eu estarei ao seu lado.  

É claro que Xavier levara a coisa para o lado sentimental, talvez como Erik quisesse que fosse...
Ele sequer imaginava a ideia de Erik estar viajando para trair sua confiança, para extorquir um velho amigo e muito menos que o amigo estava de malas prontas para seguir o rumo que traria dor para ambos.
Mas não se poderia dizer se ele mudaria as palavras, afinal, se ele soubesse da verdade...
Charles, às vezes, quase sempre, sinceramente, parecia saber muito mais do quê suas palavras poderiam mostrar.

E, bem... certo, eu entendi...— cabisbaixo, ele pendurou novamente o casaco sobre o cabide e voltou para dentro do quarto como se tivessem lhe dado um replay automático, fazendo o mesmo caminho ao contrário, enfiando a mala, a qual deixara escorregar por seu ombro, para debaixo da cama novamente.

Ele sentou-se na cama, com um suspiro profundo, os joelhos dobrados para que as solas de seus sapatos encostassem no chão, e então ele apoiou as mãos, entrelaçadas os dedos, em seu colo.

Apenas trate de voltar logo. Essa casa não é a mesma sem você.— sua expressão meio entristecida quis sumir de sua face; aos poucos ele conseguiu, forçando-se extremamente para abrir um sorriso brincalhão que não era lá tão forte assim...— E, bem, talvez você deva reconsiderar pedir a foto da Karen-...

- Charles, você me chamou?- uma voz feminina soou bem detrás de Erik. Uma mulher de cabelos castanho-avermelhados, pele bronzeada e olhos tão escuros quanto sua saia e terno feminino. Moira.— Er... estou atrapalhando algo?  

Ela olhou para Erik como se o analisasse, e franziu o cenho ao ver a mala em suas mãos. Seus lábios se entreabriram para perguntar, mas não o fizeram, apenas voltando a se fechar. Seus olhos fitaram Erik e então Charles, e vice-versa, até que a voz de Xavier a tirasse de sua confusão momentânea:

Entre, por favor, agente McTaggert. Erik, bem, ele já estava de saída... certo, Erik?— a pergunta soou retórica, na verdade, e Charles lançou uma piscadela - ainda meio fraca - para o amigo, como quem diz "você sabe o que eu ia pedir".— Boa sorte, meu amigo. Esperamos por você.

Enquanto a agente adentrava o quarto, Charles apenas fitava Erik de maneira fixa.
Sem sequer piscar...
Se Erik saísse dali para ir atrás de seu objetivo inicial, bem, Charles ainda julgaria que era apenas uma viagem a negócios...
E Erik saberia que, no fundo, se ele foi capaz de sair dali sem mais complicações, se ele foi poupado de algo, foi porque a confiança de Charles nele era muito mais forte do quê qualquer rejeição...
Será que a possibilidade de manter aquela confiança que ninguém nunca tinha lhe dado antes existia?
É claro que sim...
Cabia ao polonês, escolher.
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSeg Jul 27, 2015 8:33 pm

Quando os dedos do telepata se moveram até a próximo a lateral do rosto, o corpo de Erik teve espasmos impulsivos, um simples mexer de joelho quase como um tique veio do nada, um simples costume de que quando Charles ao menos o ameaçasse com sua telepatia ele deveria por o capacete imediatamente, pensamentos não são desenhos ou fotos, não se pode apagar ou rasgar e os tornar indecifráveis, o próprio Xavier o disse aquilo, pois pensamentos viram memórias e memórias sempre estarão lá mesmo que você não saiba e Charles conhece cada esquina escura, cara rua abandonada da mente de qualquer um e por que não do polonês? Erik conseguiu parar o próprio corpo antes que a ideia e o movimento de pegar o capacete na mala fosse completado, aquilo estragaria simplesmente tudo. — "Você não acredita nisso."— A garganta de Erik travou, por deus...ele não tinha como saber!— "Não sinto que esse é um motivo forte o suficiente para você tomar essa sua decisão."— Como ele saberia que aquele embora verdadeiro não fosse o real motivo de sua viagem solitária? Como ele saberia sem ao menos ter lido sua mente? Mas se ele já soubesse...não se manteria tão calmo, ele é muito sensível para isso, os pensamentos de Erik se formavam de forma incrivelmente veloz, como se um velocista os impulsionasse.
-"Só me resta pensar uma coisa sobre isso..."- Está consumado, ele sabe que algo além está acontecendo! Ele sabe que algo vai acontecer!— "Tem algo mais afligindo você, meu amigo..."— E então de como um metal esquentado ao máximo ao ponto de se tornar vermelho e depois posto dentro de líquido gelado, Erik relaxou de forma que começou a suar freneticamente por dentro daquele suéter, parecia claro como sempre foi, Charles era incrivelmente poderoso e mesmo com todos os esforços nada poderia impedir o telepata de simplesmente saber de tudo e é por isso que o manipulador de metais sabia exatamente onde tocar para conseguir algo do amigo, ele devia fazer Charles sentir aquilo que ele era especificamente capaz de sentir demais...a dor alheia.
Mas algo que o polonês não esperava começou a tomar conta do seu ser.—"Essa casa não é a mesma sem você."—...ele sentiu que o amigo sentia por ele, e ele não precisava de telepatia para saber que aquilo era de verdade, Erik sempre pode contar com ele e agora não seria diferente mas...ele jogaria tudo isso fora se continuasse com aquele plano, jogaria fora a confiança, a amizade...o amigo. Nada é de graça, nada! você sempre perde algo para ganhar outra coisa, sejam coisas pequenas ou grandes, mas talvez o preço dessa vez fosse alto demais.

- Charles, eu...Eu tenho que te contar, não é justo com você! E-eu...~Uma voz se manifesta, mas não é a de Charles e sim de Moira que acabara de chegar, o amigo a convida para entrar e anuncia a sua ida~ Certo, eu já estou de saída...

Erik segura rapidamente a mala e após simplesmente não terminar a fala, estende a mão para o amigo. por alguma razão que ele tentava ignorar, a opção de não ir estava se criando em sua mente. Lehnsherr puxa Charles pelo braço e o abraça batendo levemente a mão em suas costas e agora com o queixo apoiado em seu ombro ele fala baixinho no ouvido do amigo.

- Você podia me impedir, eu sei que sua confiança em mim não é absoluta, você poderia me fazer ficar e de alguma forma resolver isso depois...mas não vai. Obrigado por isso, irmão.~A mão que lhe afagava as costas agora vai até o bolso da própria jaqueta e dela retira um pequeno envelope e enquanto ele se afasta do corpo de Charles, ele o entrega.~Por favor não leia até que eu já tenha saído, até mais Charles~Uma mudança de olhar para a mulher alí presente e um abaixar de cabeça como despedida~Moira. Tomem cuidado com o que vão fazer aqui sozinhos...Ah, vou trazer a carta de Alexander e uma foto dos seus experimentos mais atraentes, até mais.

Um sorriso discreto e Erik sai do quarto levanto sua mala, o sorriso o acompanha mesmo após a saída de lá e até alguns passos após a porta mas depois os passos cessam, o olhar permanece fixo para o corredor, o sorriso ainda estampa seu rosto mas aos poucos o semblante se fecha, sua boca se torna uma linha reta, o olho direito treme enquanto ele encara o nada, uma pequena lágrima desce seu rosto marcando-o com uma única linha molhada até o queixo que logo é apagada pelo ante-braço de Erik-"Me desculpe Charles, mas você devia ter deixado eu me afogar..."- Um pensamento apenas, um pensamento alto, alto o bastante para que Charles pudesse ouvir se quisesse mas não queria. Ele continua seu caminho, desce as escada, passa pelas portas sem precisar tocá-las para abri-las e logo se vê fora do instituto, onde sem ninguém por perto inicia um rápido voo em direção ao porto para encontrar o tal navio que lá ficava até o amanhecer.



O BILHETE DENTRO DO ENVELOPE:

"Se importa de mandar alguém consertar a porta do meu quarto? Aconteceram problemas com meu sono complicado.
Irei lhe pagar quando voltar, certo?
E sobre a porta no jardim, não sei como foi parar lá...talvez eu saiba, mas lembre-se daquela vez que eu acabei apanhando no bar por culpa sua, você ainda me deve essa.
Eu sei que vai entender.
Quando voltar, vamos a um show de strippers.

Obrigado por tudo e desculpe pela porta.
Até logo, irmão.

Erik.

4-1,2   6-7,8,9   18-34  25-1  46-5,6  67-4  74"
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MensagemAssunto: Re: Xavier's Room    Xavier's Room  Icon_minitimeSeg Nov 02, 2015 5:37 pm

Era apenas uma tarde, uma tarde comum, na verdade era mais que isso.
Era feriado, inclusive para o Instituto, então todos os alunos estavam em seus quartos ou nos quartos dos outros para aproveitarem um dia inteiro sem aulas após o final de semana e exatamente por isso foi quase inevitável que praticamente todas as portas se abrissem acompanhando o que deveriam ser passos, porém parecia mais que uma das grandes estátuas do lado de fora criara vida e estava caminhando pelo chão amadeirado fazendo um barulho estaladamente assustador toda vez que tocava o chão.
Os passos se tornavam mais e mais rápidos com o decorrer que as portas logo atrás da criatura vermelha diabolicamente apressada com seu sobretudo marrom começaram a se abrir e junto delas alunos assustados se perguntavam: "O que diabos é isso?"
Bem, o rabo pontudo e vermelho não lhe fez notar que a resposta está na pergunta?
Porque aquele ser estava tão apressado caminhando com passas firmes pelo dormitório?
Todos que olhavam se perguntavam a mesma coisa, pelo menos até que ele esticou o que se parecia uma enorme luva feita completamente de rocha e com seu dedo indicador bateu três vezes na porta de um quarto específico, num quarto onde os alunos geralmente não iam pois para encontrar quem dormia nele era mais fácil procurá-lo na Biblioteca ou Diretoria mas como explicar isso para uma coisa de 2 metros de altura com um rabo e chifres delicadamente aparados?
Bem, ninguém ousou tentar dizer que aquele era o quarto do diretor, até porque a julgar com a precisão que o gigante rubro chegou lá, estava claro que esse era seu objetivo, encontrar o Professor.


- Quieto seu teimoso, eu disse que só te traria se você se comportasse! nós temos um trato, lembra?

A sua voz grave saiu como um cochicho para o felino que lentamente se saía de seu sobretudo como se quisesse se aventurar pelo lugar novo, porém permaneceu nas mãos vermelhas de seu dono que permaneceu a tentar mantê-lo quieto.
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